Aliados de Doria elegem novo líder tucano e expõem racha na bancada
Foram quase cinco horas de reunião com idas e vindas dos deputados na sala da liderança, além de diversas conversas reservadas pelos gabinetes na tentativa de se chegar a um consenso e resolver o impasse entre os candidatos Celso Sabino (PA) e Beto Pereira.
Pereira é aliado do governador de São Paulo, João Doria, e tem o apoio de Sampaio. Já Sabino é próximo ao deputado Aécio Neves. O paraense foi autor do parecer contrário à representação feita pelos diretórios municipal e estadual da legenda, em São Paulo, que reivindicava a exclusão do ex-governador de Minas Gerais deputado Aécio Neves dos quadros do PSDB.
Para ganhar a disputa, a estratégia da ala de Sabino era adiar a eleição, recorrendo ao estatuto do partido que prevê que a escolha do líder deve ocorrer na última quarta-feira antes do recesso parlamentar, ou seja, dia 18.
Isso porque, até lá o deputado Miguel Haddad, da bancada paulista, deixaria o mandato para Guilherme Mussi (PP-SP), titular que retorna à Câmara nesta semana. Com isso, Pereira teria um voto a menos e Sabino ficaria com a maioria, ganhando a eleição. Sampaio, no entanto, não aceitou a adiar a eleição. Apenas a deputada Bruna Furlan votou contra Beto Pereira.
Sabino disse que considera a eleição "ilegítima". "Em nome dos apoiadores de minha candidatura para a liderança do PSDB na Câmara dos Deputados, que representam a maioria dos parlamentares que exercerão o mandato no ano próximo, comunico que, em razão do desrespeito ao estatuto da bancada, que define que a eleição deve ocorrer na próxima semana, nos recusamos a participar hoje do processo eleitoral por considerá-lo ilegítimo", afirmou Sabino, em nota.
Agora, os deputados ligados a Sabino articulam uma forma de reverter a decisão de terça-feira para recorrer. Enquanto isso, Sampaio ainda é oficialmente o líder do PSDB.
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