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PT diz que Moro está por trás de operação da Lava Jato contra filho de Lula

14.nov.2019 - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR) - Ricardo Stuckert - 14.nov.2019/PT/AFP
14.nov.2019 - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR) Imagem: Ricardo Stuckert - 14.nov.2019/PT/AFP
do UOL

Ana Carla Bermúdez

Do UOL, em São Paulo

10/12/2019 14h24Atualizada em 10/12/2019 15h02

Em nota divulgada na tarde de hoje, o PT afirma que a nova fase da Operação Lava Jato, que investiga repasses suspeitos da Oi/Telemar para empresas controladas por Fabio Luis Lula da Silva, o Lulinha, tem como objetivo atingir seu pai, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O partido diz ainda que o ex-juiz federal Sergio Moro, hoje ministro da Justiça e Segurança Pública de Jair Bolsonaro (PSL), está por trás da operação "midiática, espalhafatosa e ilegal" realizada pelo MPF (Ministério Público Federal) e pela PF (Polícia Federal).

"Em mais uma operação midiática, espalhafatosa e ilegal, os procuradores e a PF de Moro promoveram nesta terça (10/12) uma exposição caluniosa de familiares de Lula, com claro objetivo de atingi-lo", diz o texto assinado pela deputada Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT.

Em uma rede social, o ex-presidente Lula adotou discurso semelhante ao do partido. "O espetáculo produzido hoje pela Força Tarefa da Lava Jato é mais uma demonstração da pirotecnia de procuradores viciados em holofotes que, sem responsabilidade, recorrem a malabarismos no esforço de me atingir, perseguindo, ilegalmente, meus filhos e minha família", escreveu o petista.

O comunicado do PT também associa a deflagração da operação com a divulgação, também realizada hoje, de uma pesquisa do Instituto Datafolha que mostra que a maioria da população (54%) considerou justa a soltura do ex-presidente Lula após a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que proibiu a prisão após condenação em segunda instância.

Mais cedo, quando questionado sobre o resultado da pesquisa Datafolha, Moro declarou que Lula faz parte do seu passado, e não do seu presente. O ministro disse ainda que não tem "responsabilidade nenhuma sobre o que prossegue em relação na Justiça quanto a ele [Lula]".

Para o PT, "os procuradores da Lava Jato e a Polícia Federal comandada pelo ex-juiz demonstram mais uma vez sua inconformidade com a Justiça e o estado de direito democrático".

"Chega a ser indecente a insubordinação de Sergio Moro, seus parceiros e subordinados diante da decisão do STF que reafirmou o princípio constitucional da presunção de inocência para todos os cidadãos, e não apenas Lula, que é o alvo de sua perseguição", diz ainda o texto.

O PT defende que a operação de hoje "reforça a necessidade do julgamento do habeas corpus de suspeição de Moro pelo STF, para que cesse de vez a perseguição movida por ele contra Lula".

Também por meio de nota, os advogados Cristiano Zanin Martins e Valeska Teixeira Martins, que fazem a defesa de Lula, dizem que as referências feitas ao nome do ex-presidente hoje pela força-tarefa da Operação Lava Jato de Curitiba "são totalmente descabidas e refletem a atuação parcial de seus membros". Os advogados também pedem o julgamento da suspeição de Moro pelo STF.

O UOL tenta contato com Moro por meio da assessoria de imprensa do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

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