Em reação a Bolsonaro, Greta Thunberg muda descrição no Twitter para "pirralha"
Ao deixar o Palácio da Alvorada, em Brasília, na manhã desta terça-feira, Bolsonaro evocou o nome da sueca de 16 anos ao ser questionado se as mortes recentes de indígenas em reservas na Amazônia lhe causam preocupação.
"Aquela menina lá… De fora lá… A Greta! A Greta já falou, inclusive, que os índios morreram porque estavam defendendo a Amazônia", disse ele em tom irônico. "É impressionante a imprensa dar espaço para uma pirralha dessas aí, uma pirralha", complementou.
Na sequência, o presidente afirmou que "qualquer morte preocupa". "Nós queremos cumprir a lei e somos contra o desmatamento ilegal, contra queimadas ilegais. Tudo que for contra a lei, nós somos contra", declarou.
No último sábado, dois índios Guajajara foram mortos a tiros e outros dois ficaram feridos em um ataque na BR-226, entre as aldeias Boa Vista e El Betel, no Maranhão, no mais recente episódio de violência contra indígenas nas regiões Norte e Nordeste do país.
No mesmo dia, Greta compartilhou um vídeo nas redes sociais sobre o crime, com a seguinte legenda: "Indígenas estão sendo mortos literalmente por tentar proteger a floresta do desmatamento ilegal. De novo e de novo. É vergonhoso que o mundo permaneça em silêncio sobre isso."
Os indígenas assassinados no sábado são da mesma etnia que Paulino Guajajara, vítima de uma emboscada na terra indígena Arariboia (MA) em 1º de novembro. Ele era um dos guardiões da floresta e organizava rondas pelo território para expulsar invasores. A Polícia Federal investiga o crime.
Nesta terça-feira, Greta participou da Conferência da ONU sobre as Mudanças Climáticas (COP25), que ocorre até 13 de dezembro em Madri, na Espanha.
Ela e a ativista alemã Luisa Neubauer fizeram um apelo para que as evidências científicas referentes ao clima sejam incorporadas à informação e à educação em todo o mundo, a fim de que a mensagem dos problemas climáticos chegue a todos os setores da sociedade.
GB/ots
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