Militares que se revoltaram contra Maduro deixam embaixada do Panamá
Cidade do Panamá, 9 dez (EFE).- Militares venezuelanos que foram recebidos como "hóspedes" na embaixada do Panamá em Caracas depois de participar em abril de um fracassado levante contra o governo de Nicolás Maduro deixaram nesta segunda-feira a sede da representação diplomática panamenha no país.
"Depois de agradecer ao Panamá a estadia como hóspedes, os militares venezuelanos comunicaram aos nossos funcionários a decisão de deixar nossa sede diplomática", disse o Ministério das Relações Exteriores do Panamá em comunicado.
Na nota, o Panamá afirma que informou ao governo da Venezuela que recebeu 16 militares como hóspedes na embaixada. No entanto, o país não diz o destino do grupo.
"Desde o início tivemos como prioridade não somente a integridade de nossa sede diplomática em Caracas, mas também dessas pessoas e de nossa equipe em Caracas", completou o órgão.
A revelação de que os militares estavam na embaixada do Panamá em Caracas foi feita em julho pelo ministro das Relações do país, Alejandro Ferrer. O chanceler considerou a situação como "delicada" pela reação do governo de Maduro, que se queixou de que o grupo ainda planejava ações para derrubar o chavismo do poder.
O governo da Venezuela chegou, inclusive, a questionar se o Panamá teve participação no levante organizado por militares que apoiam o autoproclamado presidente do país, Juan Guaidó.
À época, o chanceler panamenho prometeu que trabalharia para que a embaixada em Caracas não fosse usada para outro fim que não representar os interesses diplomáticos do país na Venezuela.
O Panamá é um dos mais de 50 países que reconhecem Guaidó como presidente. Laurentino Cortizo, que assumiu a presidência panamenha em julho, defende o diálogo como a única forma de resolver a crise na Venezuela.
Em entrevista à "CNN" pouco depois da posse, Cortizo disse que estava disposto a ser sede de um diálogo entre chavistas e opositores. EFE
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