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Argentina começa contagem regressiva para posse de Fernández como presidente

09/12/2019 18h37

Rodrigo García.

Buenos Aires, 9 dez (EFE).- Com a chegada dos primeiros convidados a Buenos Aires, a Argentina iniciou a contagem regressiva para a posse de Alberto Fernández como presidente do país nesta terça-feira.

A cerimônia encerra a transição iniciada em 27 de outubro, dia em que Fernández e sua companheira de chapa, a ex-presidente Cristina Kirchner, derrotaram em primeiro turno o atual ocupante do cargo, Mauricio Macri, que buscava a reeleição.

A festa deve começar por volta das 10h30 (horário local; mesmo horário em Brasília), quando começará no Congresso a sessão de transferência do poder. Na ocasião, Fernández será empossado e fará seu primeiro discurso ao país como novo presidente.

Hoje era possível ver funcionários do governo terminando de espalhar bandeiras da Argentina nas regiões que receberão as celebrações da posse. De madrugada, como havia pedido o próprio Fernández, o prefeito de Buenos Aires, Horacio Rodríguez Larreta, mandou retirar as grades de segurança instaladas na Praça de Maio, onde está a Casa Rosada, a sede do governo.

PROTOCOLO DA POSSE

A Constituição da Argentina estabelece que presidente e o vice-presidente eleitos devem ser empossados pelo presidente do Senado, função ainda exercida pela vice-presidente de Macri, Gabriela Michetti, em sessão conjunta do Congresso.

A chegada de Fernández ao local está prevista para às 11h45. Depois da assinatura das atas de posse, o presidente eleito irá ao plenário junto com Cristina. Na sequência, como é tradicional, Macri passará ao peronista dos atributos presidenciais: o bastão e faixa presidencial.

O ato protocolar ganha importância por não ter sido cumprido há quatro anos. Macri recebeu os dois símbolos do então presidente do Senado, Federico Pinedo, depois de muito bate-boca com Cristina, sua antecessora no cargo, sobre onde a posse deveria ser realizada. Agora, os dois estarão lado a lado, mas em posições opostas.

Depois do primeiro discurso ao país, Fernández e Cristina percorrerão de carro a Avenida de Maio, que liga o Congresso à Casa Rosada, em um trajeto de pouco mais de dois quilômetros.

Na sede presidencial, Fernández dará boas-vindas às delegações estrangeiras no Salão Branco. E, à tarde, o presidente empossará os novos ministros no museu da |Casa Rosada. Paralelamente, a Praça de Maio receberá uma festa popular, com shows de vários artistas.

CONVIDADOS INTERNACIONAIS

O dia 10 de dezembro é a data escolhida para a posse desde 1983, quando Raúl Alfonsín assumiu como primeiro presidente do regime democrático após o fim da ditadura que governou o país desde 1976.

Como é tradicional, a cerimônia sempre contou com lideranças regionais. Para este ano, estão confirmadas a presença dos presidentes do Chile, Sebastián Piñera, do Paraguai, Mario Abdo Benítez, e do Uruguai, Tabaré Vázquez, que levará consigo o presidente eleito do país, Luis Lacalle Pou.

O presidente Jair Bolsonaro não irá à posse de Fernández, com quem já trocou várias farpas pela imprensa desde a campanha eleitoral na Argentina. Inicialmente, o Bolsonaro enviaria o ministro da Cidadania, Osmar Terra, mas disse ter mudado de ideia. O Brasil, então, seria representado pelo embaixador em Buenos Aires, Sergio Daneses.

De última hora, convencido da importância do vizinho e da indelicadeza de não ter alguém do alto escalão do governo na cerimônia, Bolsonaro recuou e escalou o vice-presidente, Hamilton Mourão, para a missão.

A informação da viagem de Mourão foi confirmada por fontes do Palácio do Planalto à Agência Efe. No entanto, a notícia ainda não foi anunciada oficialmente em nenhum dos canais da presidência.

O primeiro a chegar foi o presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, que desembarcou em Buenos Aires ontem. Desde então, ele tem cumprido uma extensa agenda na cidade e já se reuniu com empresários e intelectuais argentinos.

A China decidiu enviar o vice-presidente do Comitê Permanente da Assembleia Nacional Popular, Arken Imirbaki. Segundo fontes do governo eleito da Argentina, ele trouxe consigo uma carta do presidente do país, Xi Jinping, convidando Fernández a visitar Pequim. EFE

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