MAS nomeia Morales como coordenador de campanha para nova eleição na Bolívia
La Paz, 7 dez (EFE).- O Movimento ao Socialismo (MAS) determinou em congresso neste sábado que o ex-presidente Evo Morales será o chefe da campanha do partido nas eleições que serão realizadas na Bolívia em 2020.
O deputado Henry Cabrera confirmou à Agência Efe a nomeação de Morales para a coordenação da campanha do partido no pleito.
O ex-presidente boliviano, que se asilou no México após renunciar por pressão da oposição e das Forças Armadas, viajou ontem para Cuba para realizar uma consulta médica.
A expectativa é que Morales siga na terça-feira para a Argentina, depois da posse de Alberto Fernández, e de lá coordene a campanha do MAS nas eleições, que ainda não têm data para ocorrer.
"Agradeço a confiança em me nomearem chefe de campanha. Escolheremos um candidato de unidade e mais uma vez venceremos as eleições no primeiro turno", escreveu Morales no Twitter.
O congresso emergencial do MAS está sendo realizado na cidade de Cochabamba. Participam do evento dirigentes regionais do partido, organizações sociais e representantes indígenas ligados à legenda.
O MAS já havia antecipado que queria ter Morales como chefe de campanha, não como candidato, pelo fato de ele seguir como presidente do partido.
No entanto, o presidente da Câmara dos Deputados da Bolívia, Sergio Choque, tinha afirmado que Morales só coordenaria a campanha do MAS se o governo interino de Jeanine Áñez permitisse o retorno do ex-presidente ao país.
O governo interino da Bolívia denunciou Morales por vários crimes, entre eles terrorismo, e afirma que, se voltar ao país, o ex-presidente terá que se entender com a Justiça.
Controlada pelo MAS, a Câmara dos Deputados aprovou ontem um projeto de lei para eximir Morales e outros líderes políticos da responsabilidade dos fatos ocorridos na Bolívia desde a última eleição. Áñez, porém, já disse que não sancionará a medida por considerá-la uma anistia ao ex-presidente.
Morales foi declarado vencedor em primeiro turno do pleito realizado no último dia 20 de outubro na Bolívia, mas denúncias de fraude provocaram o anulamento das eleições.
Pressionado pela oposição e pelas Forças Armadas, Morales renunciou ao poder denunciando um golpe de Estado e pediu asilo político no México. EFE
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