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Especialista em reestruturação de dívida será nomeado ministro da Economia da Argentina

06/12/2019 14h14

BUENOS AIRES (Reuters) - O novo governo peronista da Argentina nomeará o economista Martín Guzmán, da Universidade de Columbia, ministro da Economia do país, que enfrenta níveis elevados de inflação e uma dívida sob risco de reestruturação, disse uma fonte com conhecimento direto da situação à Reuters nesta sexta-feira.

O presidente eleito, Alberto Fernández, que assumirá o cargo em 10 de dezembro, anunciará formalmente seu gabinete mais tarde nesta sexta-feira.

"Conversamos ontem à noite e é definitivo. Martín será nomeado ministro da Economia", disse a fonte, pedindo para não ser identificada porque a nomeação não havia sido divulgada.

Guzmán, um jovem acadêmico e pupilo do economista Joseph Stiglitz, ganhador do Prêmio Nobel, é considerado um especialista no campo da reestruturação de dívidas, embora tenha pouca experiência prática na formulação de políticas.

A escolha na área econômica pode definir o rumo da terceira maior economia da América Latina nos próximos quatro anos e impactar comerciantes de grãos, investidores e credores envolvidos em conversas com o país sobre mais de 100 bilhões de dólares em dívida soberana, em meio a temores de um calote.

A Argentina é um dos maiores exportadores de alimentos do mundo. Os índices acionários do mercado financeiro e o peso argentino estão sob pressão desde que Fernández obteve uma expressiva vitória nas eleições primárias de 11 de agosto, um resultado chocante que marcou o fim do mandato do atual presidente, Mauricio Macri, um entusiasta dos negócios e do mercado livre.

Guzmán, que tem doutorado pela Brown University e graduação na Universidade Nacional de La Plata, Argentina, é pesquisador associado da divisão de economia da Columbia Business School. Sua pesquisa se concentra em macroeconomia e crises de dívida soberana.

Ele é membro da Força-Tarefa do Novo Pensamento Econômico sobre Eficiência e Estabilidade Macroeconômica, presidido por Stiglitz. Ambos foram críticos das medidas de austeridade fiscal sancionadas pelo acordo de financiamento de 57 bilhões de dólares acertado pela administração Macri com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

(Por Hugh Bronstein)

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