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Protesto acende velas aos pés de PMs e pede fim da violência contra bailes

Protesto realizado pelo movimento negro pede fim da violência policial contra baikes funk - Marcelo Oliveira / UOL
Protesto realizado pelo movimento negro pede fim da violência policial contra baikes funk Imagem: Marcelo Oliveira / UOL
do UOL

Marcelo Oliveira

Do UOL, em São Paulo

04/12/2019 20h55

Em protesto articulado pela Coalizão Negra, que reúne 130 entidades do movimento negro, cerca de 1.500 pessoas pediram nesta tarde o fim da violência contra bailes funk em São Paulo. A morte de nove jovens em Paraisópolis no último fim de semana foi o mote da manifestação.

Cantando o Rap da Felicidade ("Eu só quero ser feliz,..."), clássico do funk carioca, os manifestantes acenderam velas em homenagem às vítimas de Paraisópolis e as colocaram aos pés dos policiais militares que guardavam a sede do edifício da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, no centro da cidade.

Eles também pediram o "fim da Polícia Militar do genocídio do povo negro" e afirmaram que os bailes são uma das principais fontes de diversão da periferia e reivindicaram segurança para os eventos.

Além de Paraisópolis, os manifestantes lembraram episódios de violência que resultaram na morte e prisão de vários MCs e na repressão violenta aos "proibidões" -- (bailes realizados na rua sem autorização.

Protesto em frente à Secretaria da Segurança Pública pelos nove jovens mortos no Baile da DZ7, em Paraisópolis - Marcelo Oliveira/UOL - Marcelo Oliveira/UOL
Protesto em frente à Secretaria da Segurança Pública pelos nove jovens mortos no Baile da DZ7, em Paraisópolis
Imagem: Marcelo Oliveira/UOL

Parentes de vítimas

Fernanda Santos, irmã de Denys Guilherme dos Santos Franco, 16, a primeira vítima a ser reconhecida, disse que a família buscará Justiça.

Depois do incidente, um post de Denys nas redes sociais viralizou: ele disse que era "um favelado" de quem a mãe se orgulharia.

"Dennys nos orgulha muito", afirmou Fernanda.

Segurança, não violência

Policiais barram a passagem de moradores de Paraisópolis que queriam protestar em frente ao Palácio dos Bandeirantes - Felipe Pereira/UOL - Felipe Pereira/UOL
Policiais barram a passagem de moradores de Paraisópolis que queriam protestar em frente ao Palácio dos Bandeirantes
Imagem: Felipe Pereira/UOL
A vice-presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe), Graça Xavier, defendeu que o Estado deve trocar a violência por organização.

"Se de fato o Estado quer resolver a questão, chamem as organizações dos bailes para conversar, mas para organizar, definir hora de começar e acabar e com a polícia lá para ajudar, para dar segurança, não para matar", disse Graça.

Além do movimento negro, o protesto teve participação de Movimentos de Direitos Humanos, partidos políticos de esquerda, movimento estudantil, movimentos sociais e de moradia e centrais sindicais.

Vídeo mostra agressões de PM em Paraisópolis

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A realização do protesto, que ocorreu das 17h30 às 20h e o fechamento da rua Líbero Badaró foram garantidos após negociação entre o Condepe (Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana), OAB e o comando do batalhão da PM que presta segurança ao prédio.

O contingente policial contava com um coronel, dois majores e um capitão. Um membro da OAB afirmou que a presença dos oficiais foi para garantir que não houvesse violência na repressão ao protesto. Cerca de 50 homens estiveram mobilizados.

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