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Zona do euro precisa criar seu próprio crescimento econômico em casa, diz Lagarde, do BCE

22/11/2019 08h41

Por Francesco Canepa e Balazs Koranyi

FRANKFURT (Reuters) - A zona do euro precisa criar mais crescimento econômico em casa, inclusive através de um maior investimento público, para resistir à fraqueza no exterior e tornar-se mais equilibrada internamente, disse nesta sexta-feira a nova presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde.

Lagarde não discutiu política monetária em seu primeiro discurso importante desde que se tornou presidente do BCE, no início deste mês, dizendo apenas que o banco central continuará fazendo sua parte para sustentar a economia.

Em vez disso, ela optou por enviar uma mensagem aos governos da zona do euro, cobrando que fortaleçam a demanda doméstica depois que uma guerra comercial global levou a um fim abrupto uma década de crescimento impulsionado pelas exportações, liderado em grande parte pela Alemanha.

"A resposta está na conversão da segunda maior economia do mundo em uma que seja aberta ao mundo mas confiante em si mesma - uma economia que faz pleno uso do potencial da Europa para desencadear taxas mais altas de demanda doméstica e crescimento a longo prazo", disse Lagarde.

Aventurando-se fora da missão tradicional de um banqueiro central, ela destacou o investimento público como um dos principais motores desse reequilíbrio, solicitando que os fundos pan-europeus sejam investidos em projetos verdes e digitais.

O fato de Lagarde evitar questões de política monetária marcou um afastamento em relação a seu antecessor Mario Draghi, que frequentemente usava discursos importantes para deixar sugestões sobre os próximos movimentos do BCE - geralmente medidas de estímulo cada vez mais agressivas.

Em suas únicas observações relacionadas à política monetária, Lagarde confirmou que "em breve" iniciará uma revisão da estrutura do BCE, um amplo esforço que deve envolver um redesenho de sua meta de inflação.

"A política monetária continuará a apoiar a economia e responder a riscos futuros, de acordo com o nosso mandato de estabilidade de preços", completou.

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