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Bougainville decidirá a partir de amanhã se será o mais jovem país do mundo

Aeroporto da região autônoma de Bougainville, na Papua Nova-Guiné - Eric Lafforgue/Gamma-Rapho via Getty Images
Aeroporto da região autônoma de Bougainville, na Papua Nova-Guiné Imagem: Eric Lafforgue/Gamma-Rapho via Getty Images

Da EFE, em Sydney (Austrália)

22/11/2019 14h01

A remota região autônoma de Bougainville, rica em cobre e ouro e que está na mira da China, decidirá entre uma maior autonomia ou a independência da Papua-Nova Guiné em um referendo que começará neste sábado e vai até o dia 7 de dezembro.

O referendo não vinculativo deste remoto arquipélago do Pacífico faz parte dos acordos de paz com o governo de Papua, assinados em 2001, após mais de uma década de conflito armado que eclodiu em 1989 devido a discrepâncias em torno da compensação por danos ambientais causados por uma mina de cobre australiana.

Um total de 206.731 pessoas, incluindo mais de 12 mil que estão na Papua-Nova Guiné, Ilhas Salomão e Austrália, são convocadas para votar se Bougainville deve ter maior autonomia ou independência da Papua, que era uma colônia australiana até meados da década de 1970.

O Instituto Lowy, na Austrália, acredita que 75% dos eleitores votarão pela independência, devido à forte identidade étnica na região, a animosidade herdada pelo conflito e ao atual fracasso do modelo autônomo.

Mas, mesmo que o "sim" seja imposto, o caminho para a independência terá que superar mais dois procedimentos: a negociação entre os governos da região autônoma e Papua-Nova Guiné e, se for bem-sucedida, a votação no Parlamento que terá a decisão final de aceitar ou rejeitar o acordo.

A região autônoma é cobiçada por ter um dos mais ricos depósitos de ouro e cobre do Pacífico.

As reservas de Panguna, a mina que desencadeou o conflito armado e que representava 40% do PIB de Papua, foram avaliadas em US$ 58 bilhões.

Várias empresas de mineração demonstraram interesse em retomar as operações no local, inativas desde 1989 e das quais a multinacional anglo-australiana Rio Tinto deixou de ser acionista majoritária em 2016, mas o governo autônomo adiou essa questão para após o referendo.

Tudo isso colocou Bouganville no centro das atenções da China, que busca maior influência no Pacífico e oferece assistência financeira à região para infraestrutura e extração de recursos.

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