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França se torna o primeiro destino de migrantes em busca de asilo na Europa

21/11/2019 17h00

Pela primeira vez desde o início da crise migratória em 2015, a França ultrapassou a Alemanha e se tornou o "primeiro país" em números de pedido de asilo na Europa, disse nesta quinta-feira (21) em Paris o ministro do Interior da França, Christophe Castaner.

Há apenas quatro anos, no auge da crise migratória, alimentada pelas inundações criadas pelo conflito sírio, a França registrou 80.075 pedidos de asilo, de acordo com os números do Ofpra, órgão que concede o status de refugiado na França. A Alemanha recebeu cerca de 890.000 solicitações, cerca de dez vezes mais do que os pedidos endereçados aos franceses.

Mas, esta quinta-feira, "a França se tornou o primeiro país em volume de requerentes de asilo na Europa desde 20 de outubro, embora a imigração na Europa continue a diminuir, o que é uma anomalia estatística", disse Castaner após uma entrevista sobre cooperação migratória com seu colega georgiano, Vakhtang Gomelauri.

Segundo uma fonte do ministério do Interior francês, 120.900 pedidos foram registrados na França em 17 de novembro, contra 119.900 na Alemanha. No ano passado, 184.000 pessoas pediram asilo na Alemanha contra 123.000 na França.

Reforma do asilo na Europa

Essa reversão é explicada, em particular, pelo fato de a França receber "um pedido de recuperação de asilo", ou seja, que os migrantes que "falharam em conseguir refúgio em outros lugares vieram apresentar um pedido na França", disse esta fonte. "É por isso que estamos comprometidos em nível europeu com uma reforma do asilo e de Schengen".

Mensagem aos estrangeiros

Para reverter a tendência e diminuir o número de pedidos de asilo, que deve aumentar de "10 a 15%" em 2019 na França, de acordo com outra fonte do mesmo ministério, o governo francês propôs várias medidas no início de novembro como parte de seu plano para a imigração.

Um mês após um debate parlamentar desejado pelo presidente Emmanuel Macron, no centro do qual estava o pedido de asilo, o governo propôs acelerar o processamento desses pedidos, a fim de introduzir um período de carência de três meses no acesso à Seguridade Social para requerentes de asilo, ou para tomar medidas de expulsão no caso de recusa do processo pela Ofpra, sem esperar pelo estudo de um possível recurso.

"Essas são mensagens que queremos enviar a estrangeiros para mostrar que a França deseja prolongar e elevar em voz alta a necessidade de proteção, mas para as pessoas que devem ser protegidas, não para as pessoas que desejam se aproveitar do direito de proteção" disse Christophe Castaner nesta quinta-feira.

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