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Empresa alemã fundada em 1569 perde credores com fraca demanda

Fabian Graber e Jacqueline Poh

21/11/2019 15h50

(Bloomberg) -- Credores da Leoni, uma das empresas mais antigas da Alemanha, começaram a reduzir a exposição à fabricante de autopeças em um sinal da crescente inquietação de investidores em relação ao fraco desempenho da economia alemã.

Vários investidores venderam títulos com desconto da chamada dívida Schuldschein da empresa, que totaliza 590 milhões de euros (US$ 652 milhões), segundo pessoas com conhecimento do assunto que não quiseram ser identificadas. A Leoni, que fabrica componentes elétricos para carros e foi fundada no século XVI, está mergulhada em dívidas de 1,2 bilhão de euros e precisa pagar 170 milhões de euros em títulos Schuldschein que vencem em março.

O bond Schuldschein é um instrumento de dívida alemão que combina títulos e empréstimos.

Um grupo de bancos que concedeu linhas de crédito no valor de 750 milhões de euros para a Leoni contratou a Freshfields Bruckhaus Deringer para assessorar uma possível negociação sobre a dívida da empresa. Um porta-voz da Freshfields não quis comentar.

A Leoni iniciou as operações em Nuremberg em 1569 e agora emprega quase 100 mil pessoas em 32 países. As ações da empresa acumulam queda de 60% este ano em meio à demanda desaquecida.

Perdas

Analistas projetam uma prejuízo de 240 milhões de euros para a Leoni em 2019, depois de uma queima de caixa nos primeiros nove meses do ano 40% superior em comparação com o mesmo período de 2018, de acordo com dados do balanço. A Leoni tinha 583 milhões de euros disponíveis no final de setembro.

"A liquidez da Leoni está no limite", disse Christian Ludwig, analista do Bankhaus Lampe. "A empresa tem dívidas de cerca de 1 bilhão de euros e não há expectativa de melhora substancial até o fim do ano."

--Com a colaboração de David Verbeek.

Para contatar o editor responsável por esta notícia: Daniela Milanese, dmilanese@bloomberg.net

Repórteres da matéria original: Fabian Graber London, fgraber2@bloomberg.net;Jacqueline Poh London, jpoh39@bloomberg.net

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