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Morte de grávida atacada por matilha levanta debate sobre caça na França

Ex-atriz e ativista da causa animal Brigitte Bardot (foto) encabeça debate sobre a autorização das caçadas na França - Eric Feferberg/AFP Photo
Ex-atriz e ativista da causa animal Brigitte Bardot (foto) encabeça debate sobre a autorização das caçadas na França Imagem: Eric Feferberg/AFP Photo

20/11/2019 13h39

Uma grávida, que passeava com seus cachorros em um bosque no norte da França, morreu no sábado (16) depois de ser atacada por uma matilha que participava de uma caça de cervos. A morte violenta levantou um debate sobre a autorização das caçadas no país, encabeçado pela ex-atriz e ativista da causa animal Brigitte Bardot.

Bardot, presidente de uma fundação que leva seu nome e batalha pelo bem-estar animal, disse ter ficado "profundamente abalada" ao saber do caso. Em uma carta, ela pediu à ministra francesa de Transição Ecológica, Elisabeth Borne, que suspenda "imediatamente qualquer autorização de caça para esta temporada".

Mas a Associação Francesa de Caçadores declarou, em um comunicado, que "nada aponta o envolvimento de cachorros de caça na morte desta mulher". A França tem mais de 30 mil cães de caçada. De acordo com a associação, "estes cães estão treinados para caçar um animal específico e obedecer ao homem em qualquer circunstância".

Morte durante passeio com cães

O corpo da mulher de 29 anos foi encontrado em um bosque nos arredores da cidade de Villers-Cotterets, a cerca de 90 quilômetros ao nordeste de Paris, disse a Procuradoria da localidade vizinha de Soissons. Ela tinha saído para passear com dois dos seus cinco cachorros, quando teria se deparado com a matilha que praticava caça no momento.

A necropsia determinou que ela morreu de "hemorragia depois de várias mordidas de cães nas extremidades superiores e inferiores e na cabeça", relatou o procurador Frederic Trinh, na terça-feira (19). Algumas das mordidas foram post mortem, acrescentou.

Em uma entrevista à emissora BFMTV, o companheiro da vítima afirmou que, ao encontrá-la, ela estava praticamente despida e tinha mordidas por todo o corpo. Ele não pôde resgatá-la imediatamente, porque "cerca de 30 cães de caça estavam em volta e se aproximavam" dele. O homem teve de se refugiar dentro do carro para poder chamar a polícia, conforme relatou à emissora francesa.

O procurador Trinh declarou que foram feitos testes com 93 cães, incluindo alguns de caça e cinco da própria vítima, para tentar estabelecer quais a atacaram. A polícia iniciou uma investigação por homicídio culposo por ataque canino.

Segundo o jornal local "Le Courrier Picard", os cães caçavam cervos. A mulher havia ligado para seu companheiro para relatar a presença de "cães ameaçadores", disse a procuradoria.

Nas redes sociais, a vítima gostava de publicar fotos dos seus animais de estimação, dentre os quais ao menos dois pitbulls. Em um vídeo publicado, ela aparece com um cachorro que usa uma focinheira.

Com informações da AFP

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