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Keiko Fujimori será interrogada após confissão de banqueiro

19/11/2019 23h24

Lima, 19 nov (EFE).- A líder opositora peruana Keiko Fujimori será interrogada na próxima segunda-feira pelo procurador José Domingo Pérez devido à declaração do banquero Dionisio Romero, que disse ter repassado US$ 3,6 milhões para a campanha da política em 2011.

O interrogatório de Fujimori será realizado na penitenciária feminina de Chorrillos, na qual cumpre prisão preventiva por 18 meses com base na investigação de supostos repasses da Odebrecht às campanhas eleitorais de 2006 e 2011.

Pérez declarou à imprensa que irá à penitenciária na segunda-feira para ouvir Keiko Fujimori, após ter sabido a postura da defesa, compartilhada nas redes sociais, depois das declarações de Romero, presidente do conselho de administração do grupo Credicorp.

KEIKO FUJIMORI SE DEFENDE.

A ex-candidata presidencial afirmou na quarta-feira, pelo Twitter, que não falou antes sobre a doação milionária por cumprir "o compromisso" que assumiu de manter "a discrição sobre contribuições privadas de campanha".

"Foi um compromisso que assumi e que respeitei até as últimas consequências", disse antes de falar que a declaração de Romero "confirma" a versão que seu então chefe de campanha Jaime Yoshiyama deu sobre o dinheiro recebido pelo partido Força Popular na campanha de 2011.

"O tempo é o melhor amigo da verdade: nunca recebi dinheiro da Odebrecht e nunca houve lavagem de dinheiro. Espero que tudo isso seja esclarecido nos mínimos detalhes do processo judicial, mas com o processo adequado e como corresponde ao meu caso, em liberdade", disse Fujimori.

DECLARAÇÃO CREDENCIA O CRIME, DIZEM OS PROMOTORES.

No entanto, o promotor Pérez, que investiga Fujimori e a cúpula do partido por lavagem de dinheiro, disse que as declarações de Romero permitem "provar uma modalidade criminosa" que foi executada através do 'smurfing', que é o uso de pequenos depósitos através de "falsos contribuintes para esconder informações da entidade de fiscalização eleitoral".

Além disso, ele lembrou que, "inegavelmente, há uma versão que foi dada pelo investigado para negar o recebimento de dinheiro", que foi negada por Romero em sua declaração.

BANQUERO ADMITE APORTE.

Dionísio Romero revelou na segunda-feira aos promotores da Lava Jato no Peru que contribuiu com US$ 3,65 milhões em dinheiro para a campanha presidencial de 2011 de Keiko Fujimori, argumentando que "o Peru se tornou um objetivo crucial para (o falecido ex-presidente venezuelano Hugo) Chávez, e o candidato Ollanta Humala recorreu a essa ideologia em seu programa de governo: "A Grande Transformação".

Em entrevista ao jornal "El Comercio", Romero acrescentou na terça-feira que ofereceu apoio econômico pessoalmente a Keiko Fujimori, e que a quantia "cresceu na medida" que viam "como o candidato financiado pela Venezuela subia nas pesquisas", em referência a Humala, também investigado pelas contribuições da Odebrecht.

Fujimori esteve presente em algumas das entregas de dinheiro, em espécie e em pastas, e que procedia, segundo Romero, do "dinheiro dos acionistas".

HUMALA TAMBÉM RESPONDE.

Como resultado dessas declarações, Humala também respondeu via Twitter que, em 2006, enfrentou "aqueles que pensavam que eram donos do Peru".

"Os '12 apóstolos' que, juntamente com Alan García, criaram o fantasma do chavismo. Com o mesmo slogan, em 2011, financiaram o Fujimorismo, expulsaram jornalistas independentes e compraram linhas editoriais", argumentou.

"Lutamos contra eles, contra os seus preconceitos e os derrotamos", acrescentou o ex-governante, em referência às eleições de 2011, nas quais derrotou Keiko Fujimori depois de perder para Alan García no segundo turno em 2006. EFE

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