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Confronto durante protesto pró-Evo em refinaria na Bolívia deixa 3 mortos

19/11/2019 19h45

La Paz, 19 nov (EFE).- Ao menos três pessoas morreram e outras 30 ficaram feridas nesta terça-feira na cidade de El Alto, na Bolívia, em um confronto entre simpatizantes do ex-presidente Evo Morales, que realizavam um protesto em uma refinaria, e militares e policiais.

O confronto aconteceu durante uma operação das forças de segurança para facilitar a saída de caminhões tanque para abastecer de combustível a capital, La Paz, em meio à crise política no país que culminou na renúncia de Evo após uma auditoria da Organização dos Estados Americanos indicar que ele venceu as eleições presidenciais de outubro em um processo com fraude.

"De acordo com informações preliminares, as três pessoas que morreram teriam sido atingidas por disparos com arma de fogo. Não sabemos as circunstências em que isso aconteceu", informou a Defensoria do Povo da Bolívia em comunicado.

Os feridos foram levados a hospitais de El Alto e La Paz. Alguns casos são graves e "necessitam de cirugias", segundo a Defensoria.

A entidade cobrou que as Forças Armadas deixem as atividades de patrulhamento nas ruas "a fim de evitar mais mortes", por entender que a situación no país "requer apenas a intervenção policial com fins dissuasivos e de diálogo".

Por sua vez, as Forças Armadas disseram também em comunicado que receberam "informações de inteligência" sobre o risco de que a refinaria onde houve o confronto, da empresa estatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB), fosse tomada e destruída.

O Exército e a Polícia realizaram uma operação conjunta para preservar "um serviço público essencial estratégico", que se desenvolvia "de forma pacífica" até que "vândalos destruíram parte das instalações", segundo os militares.

Os manifestantes violentos - acrescenta a nota - utilizaram "explosivos de alto poder", com risco de "uma explosão em cadeia".

Os incidentes aconteceram depois que militares e policiais, com veículos blindados e o apoio de um helicóptero, escoltaram um comboio de caminhões tanque que saíam rumo a La Paz para abastecer postos da capital, onde há escassez de combustível.

Desde o último dia 11 são realizadas operações conjuntas entre as forças de segurança para conter a violência no país, onde desde as eleições de 20 de outubro morreram ao menos 27 pessoas e mais de 700 ficaram feridas, segundo dados oficiais.

Em 10 de novembro, Evo Morales anunciou a renúncia após quase 14 anos no poder, após pressão das Forças Armadas, e no dia seguinte viajou ao México, onde está asilado. EFE

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