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Anistia contabiliza mais de 100 mortos em protestos no Irã

19/11/2019 17h31

ROMA, 19 NOV (ANSA) - Pelo menos 106 pessoas já morreram nas manifestações contra o aumento do preço da gasolina no Irã, segundo dados divulgados nesta terça-feira (19) pela ONG Anistia Internacional.   

A entidade diz ter chegado a esse número por meio de "vídeos verificados, testemunhas oculares e informações coletadas por ativistas fora do Irã". De acordo com a Anistia, houve uma série de "assassinatos ilegais por parte das forças de segurança".   

A ONG também denunciou que o bloqueio da internet imposto pelo governo tem como objetivo criar um "blecaute de informações" sobre a repressão contra os manifestantes. O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos também manifestou preocupação com o número "significativo" de vítimas.   

Os protestos começaram na última sexta-feira (15), após o governo ter anunciado o fim dos subsídios ao preço da gasolina e um racionamento de combustível.   

A medida aumentou o valor do litro de gasolina de 10 mil para 15 mil rials, o que equivale a US$ 0,13. Além disso, cada carro poderá colocar no máximo 60 litros por mês. O governo alega que o objetivo é financiar programas sociais.   

As manifestações chegam no momento em que o governo já estava sob pressão por conta das dificuldades em impulsionar a economia iraniana, asfixiada pelas sanções unilaterais impostas pelos Estados Unidos. Desde a ruptura do acordo nuclear por parte de Donald Trump, a moeda do Irã já se desvalorizou quase 300% frente ao dólar americano.   

Apesar do endurecimento da repressão, novos atos aconteceram nesta terça, em cidades como Teerã, Shiraz, Isfahan e Karaj, com confrontos com as forças de segurança.   

Um jornal conservador próximo ao líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, publicou nesta terça que os líderes das manifestações serão "enforcados".   

Já a Guarda Revolucionária afirmou nesta segunda-feira (18) que está pronta a "reagir com força a qualquer ação que crie insegurança no país", além de culpar "funcionários dos EUA" e a "ignóbil família do xá deposto Mohammad Reza Pahlavi" pela violência nos protestos. (ANSA)
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