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Trump poderá depor no inquérito sobre impeachment na Câmara dos Representantes

18/11/2019 12h30

O presidente Donald Trump anunciou nesta segunda-feira (18) que poderá testemunhar no comitê de investigação da Câmara dos Representantes, que avalia a possibilidade de pedir seu impeachment. O pedido foi feito pela líder dos democratas, Nancy Pelosi, durante uma entrevista transmitida neste domingo (17).

"Embora eu não tenha feito nada de errado e não goste de dar credibilidade a esse processo inventado, gosto dessa ideia. Gosto da ideia de que o Congresso possa se concentrar novamente, então vou considerar seriamente a possibilidade de testemunhar", escreveu Trump no Twitter, respondendo a uma entrevista de Pelosi transmitida no dia anterior. Ele qualificou o processo de "caça às bruxas."

No sábado (16), o presidente americano disse aos repórteres que "não deveria" sofrer o impeachment. Para ele, o inquérito "é considerado uma piada em Washington e no mundo". A defesa de Trump é resistente à ideia de vê-lo comparecer diante do Comitê de Inteligência da Câmara. O órgão investiga a suspeita de que ö presidente americano tenha pressionado a Ucrânia para coletar informações comprometedoras sobre o ex-vice-presidente dos EUA e o pré-candidato Joe Biden, um dos seus principais rivais na corrida para a Casa Branca em 2020.

Líder democrata compara Trump a Nixon

A Comissão formada para analisar o processo de impeachment da Câmara de Representantes, onde o partido Democrata é majoritário, ainda não pediu publicamente que o chefe de Estado americano fosse ouvido. Neste domingo (17), Nancy Pelosi, líder do partido Democrata voltou a comparar a demissão de Richard Nixon em 1974 à situação de Trump. A declaração aconteceu durante uma entrevista transmitida no programa "Face The Nation", da rede CBS.

Na semana passada, ela já havia declarado que a pressão exercida pelo presidente americano sobre a Ucrânia, para que o país investigasse Joe Biden, "fazem o caso Nixon parecer quase benigno", afirmou Pelosi. De acordo com ela, "o que o presidente americano fez é, até certo ponto, pior do que fez Nixon, que se preocupava suficientemente com o país para admitir que essa situação não podia ser levada adiante", disse.

Richard Nixon renunciou em 1974, antes do voto da Câmara dos Representantes sobre sua eventual destituição. A investigação foi iniciada depois do célebre escândalo do Watergate, que revelou um complô da Casa Branca para espionar a sede do partido Democrata, em Washington.

Caso Mueller

Trump esteve recentemente no centro de outro inquérito, mas ele foi inocentado. Na longa investigação liderada pelo procurador especial Robert Mueller sobre se Trump trabalhou com os russos para alavancar suas chances de ser eleito em 2016, o presidente respondeu a questões por escrito. Ele aceitou colaborar somente depois que seus advogados negociaram limites rígidos sobre as questões.

Em muitos casos, Trump disse que não conseguia "se lembrar" dos fatos. O "Relatório Mueller" concluiu que agentes russos tentaram influenciar a eleição presidencial americana de 2016, mas que não havia provas sobre o envolvimento do presidente americano.

 

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