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População se revolta contra racionamento de gasolina no Irã

16/11/2019 14h56

TEERÃ, 16 NOV (ANSA) - A decisão do governo do Irã de aumentar o preço da gasolina em 50% deflagrou uma onda de protestos que já contabiliza uma pessoa morta e dezenas de feridos em confrontos entre manifestantes e as forças de segurança.   

Os atos começaram nesta sexta-feira (15) e tomaram as ruas das principais cidades do país, com cidadãos desligando carros para bloquear o tráfego e soando suas buzinas.   

Os manifestantes criticam a decisão do presidente Hassan Rohani de cortar os subsídios ao preço da gasolina e de impor um racionamento de combustível, com o objetivo de financiar programas sociais.   

Segundo o governo, cada carro poderá colocar no máximo 60 litros por mês, o que significa pouco mais de um tanque cheio de um automóvel convencional. A gestão Rohani também alega que pretende impedir o tráfico de combustível para países vizinhos, já que o Irã pratica alguns dos menores preços do mundo e viu sua moeda se desvalorizar por causa das sanções americanas.   

A medida aumentou o valor do litro de gasolina de 10 mil para 15 mil rials, o que equivale a US$ 0,13, e gerou uma reação imediata da população. Ao menos uma pessoa morreu em Sirjan, a 960 quilômetros da capital Teerã, e outras dezenas ficaram feridas em embates com as forças de segurança.   

Os manifestantes também gritaram palavras de ordem contra Rohani, que já estava sob pressão por conta das dificuldades em impulsionar a economia iraniana, estrangulada pelas sanções unilaterais impostas pelos EUA. Desde a ruptura do acordo nuclear por parte de Donald Trump, a moeda do Irã já se desvalorizou quase 300% frente ao dólar americano.   

Na manhã deste sábado (16), quando começa a semana útil no país, cidadãos pararam seus carros nas principais ruas de Teerã e pediram para a polícia se juntar a eles. Os manifestantes, no entanto, têm enfrentado problemas para acessar a internet, o que sugere uma ação do governo para limitar a veiculação de notícias referentes aos protestos.   

Essa região do planeta já é palco desde outubro de manifestações de massa no Iraque e no Líbano, dois países cruciais para a influência do Irã no exterior. (ANSA)
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