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Lituânia e Noruega trocam espiões com Moscou

15/11/2019 20h14

Moscou, 15 Nov 2019 (AFP) - Lituânia e Noruega trocaram prisioneiros condenados por espionagem - anunciou o chefe do serviço lituano de Inteligência, Darius Jauniskis, nesta sexta-feira (15).

"Nesta sexta ao meio-dia, a operação de troca foi realizada com sucesso. Os cidadãos lituanos Jevgenij Mataitis e Aristidas Tamosaitis, assim como o cidadão norueguês Frode Berg, chegaram bem à Lituânia", disse ele à imprensa, explicando que a troca aconteceu na fronteira entre a Lituânia e o enclave russo de Kaliningrado.

Os dois russos, Nikolai Filipchenko e Serguei Moisejenko, que receberam indulto do presidente lituano, Gitanas Nauseda, foram entregues à parte russa, disse Jauniskis.

Frode Berg foi transferido para a embaixada da Noruega em Vilnus, informou um conselheiro do presidente lituano, Jonas Vytautas Zukas.

"Foi difícil. A espera foi longa. E dois anos em uma prisão russa foi uma provação difícil tanto para mim, quanto para minha família", declarou Frode Berg em vídeo gravado em um "lugar seguro" na Lituânia e divulgado por seu advogado no Facebook.

O norueguês de 64 anos informou que voltaria a falar sobre o caso posteriormente durante uma coletiva de imprensa.

A primeira-ministra norueguesa, Erna Solberg, comemorou sua libertação e agradeceu às autoridades lituanas.

"Não há nenhuma contrapartida" por parte da Noruega, afirmou a jornalistas em Oslo, atribuindo este resultado à amizade entre seu país e a Lituânia, ambos membros da Otan.

"Voltará à Noruega tão rápido quanto possível do ponto de vista prático", explicou.

O intercâmbio foi anunciado horas antes em Moscou pelo diretor dos serviços russos de Inteligência no exterior (SVR), Serguei Naryshkin.

O decreto assinado pelo presidente Nauseda e publicado em sua página na Internet indicou que os russos foram indultados graças a uma nova lei sobre troca de espiões.

Frode Berg, um aposentado norueguês, foi condenado em abril na Rússia a 14 anos de prisão por reunir informação sobre submarinos nucleares. Ele trabalhou por um tempo para uma agência governamental encarregada de supervisionar o cumprimento de um acordo fronteiriço entre Noruega e Rússia e foi detido em dezembro de 2017.

Seu advogado pediu indulto em outubro passado.

Os dois lituanos, Yevgeny Mataitis e Aristidas Tamosaitis, foram condenados, respectivamente, a 13 e 12 anos de prisão em 2016, por transmitir segredos militares à Inteligência russa.

Segundo funcionários lituanos, o russo Nikolai Filipchenko trabalhou para o serviço secreto russo, FSB, e tentou recrutar altos funcionários lituanos. Foi condenado a dez anos de prisão, mas não apelou da sentença.

Serguei Moisejenko, por sua vez, foi condenado também a dez anos por ter contratado um capitão lituano de uma importante base aérea militar em Siauliai. Ele se declarou inocente.

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