UE pede a governo do Chile que 'atenda' às demandas do povo
Bruxelas, 13 Nov 2019 (AFP) - A chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, pediu nesta quarta-feira (13) ao governo do Chile que siga "ouvindo" e que "atenda" as demandas do povo do país, mergulhado há um mês numa crise social.
"Temos plena confiança de que a democracia no Chile é forte o suficiente para responder às demandas de seus cidadãos", afirmou Mogherini perante os eurodeputados reunidos em Bruxelas.
O Chile vive uma convulsão social desde 18 de outubro, quando as manifestações contra o aumento do preço do transporte resultaram em um movimento mais amplo contra o governo de Sebastián Piñera, na demanda por profundas reformas sociais.
Os protestos, que deixaram até agora cerca de vinte mortos e milhares de feridos, continuam apesar de Piñera ter anunciado medidas de caráter social e o início de um processo para mudar a Constituição herdada da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).
O chefe da diplomacia europeia destacou que o Chile vive "um momento importante", décadas após a ditadura, e que sua democracia "precisa de um novo contrato social com um foco mais forte na luta contra a desigualdade e a inclusão social "
Mogherini pediu aos atores econômicos e o setor privado que sigam "dispostos a fazer a parte deles" e considerou que "atos de violência cometidos por uma minoria ... não podem ofuscar as demandas por justiça e igualdade".
Além disso, reiterou o pedido da UE para uma "investigação rápida de todos os crimes e violações dos direitos humanos por todas as partes".
A crise no Chile, onde foram registrados saques, incêndios e confrontos, forçou o governo a desistir de sediar no país as cúpulas do Fórum de Cooperação Ásia-Pacífico (APEC) e do clima da ONU (COP25), bem como o fim de Copa Libertadores-2019.
tjc/jz/lca/mbb
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