Nova líder da Bolívia quer eleição logo; rivais planejam protestos
Por Gram Slattery e Daniel Ramos
LA PAZ (Reuters) - A nova presidente interina da Bolívia prometeu nesta quarta-feira realizar uma nova eleição o mais cedo possível e repudiou os atos de "vingança" de apoiadores ressentidos do ex-líder Evo Morales, que renunciou em reação a protestos contra uma eleição questionada.
A vice-presidente conservadora do Senado, Jeanine Añez, de 52 anos, assumiu a vaga temporariamente na terça-feira de Bíblia na mão. Morales se refugiou no México após o fim de seu governo socialista de 14 anos na nação andina.
"Deus abençoe vocês e nos permita ser livres e realizar eleições transparentes em breve", tuitou Añez nesta quarta-feira em uma mensagem aos jovens bolivianos.
Sua chegada ao palácio presidencial enfrenta de imediato uma contestação por parlamentares leais a Morales, que têm maioria no Parlamento e ameaçaram realizar uma sessão rival para anular sua indicação.
Após semanas de protestos violentos contra uma suposta fraude eleitoral, e depois em reação à renúncia de Morales, a capital La Paz estava mais calma nesta quarta-feira, mas dezenas de manifestantes protestaram do lado de fora do palácio na tentativa de bloquear o acesso.
Durante as 48 horas de tumultos do final de semana, policiais amotinados se juntaram às passeatas, aliados abandonaram Morales, a Organização dos Estados Americanos (OEA) declarou que sua reeleição foi manipulada e os militares o exortaram a sair.
Morales manteve o tom desafiador no México, acusando líderes da oposição de golpe. Apoiadores, inclusive um sindicato de professores, planejavam manifestações pró-Morales, primeiro presidente indígena da Bolívia e amado pelos pobres quando tomou posse em 2006.
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