Incertezas comerciais renovadas e tensões políticas favorecem dólar contra real
Por Luana Maria Benedito
SÃO PAULO (Reuters) - Após sinais conflitantes do presidente norte-americano Donald Trump sobre o estágio das negociações comerciais entre Estados Unidos e China, o dólar avançava contra o real nesta quarta-feira, em meio à incerteza política no Brasil e em outros países da América Latina.
Às 10:23, o dólar avançava 0,35%, a 4,1815 reais na venda.
Na terça-feira, o dólar à vista fechou em alta de 0,58%, a 4,1669 reais, fortalecido pela aversão a risco nos mercados da América Latina.
O dólar futuro de maior liquidez operava em alta de 0,29% nesta sessão, a 4,186 reais.
Esta sessão era marcada ainda pela decepção dos investidores em relação a um discurso de Trump na véspera, que era alvo de expectativas de detalhes sobre a assinatura de um acordo para resolver a guerra comercial entre Estados Unidos e China.
Trump não ofereceu novos detalhes sobre as negociações com a China, e disse que aumentará "substancialmente" as tarifas sobre produtos chineses se o país asiático não fizer um acordo com os EUA.
"Há um fator mais externo, com um clima mais cauteloso depois das declarações recentes de Trump, que esfriaram o otimismo sobre um acordo mais encaminhado entre Estados Unidos e China", explicou Silvio Campos Neto, economista da Tendências Consultoria.
"Internamente, também há ruídos políticos interferindo no dólar, colocando a moeda em alta contra o real", acrescentou.
Na terça-feira, o presidente Jair Bolsonaro anunciou a deputados do PSL que deixará o partido e pretende criar uma nova legenda até março de 2020, a Aliança pelo Brasil, para onde pretende migrar acompanhado dos filhos e de parlamentares que o apoiam.
A incerteza política também era agravada pela soltura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que deixou na semana passada a sede da Polícia Federal em Curitiba - onde estava preso desde abril do ano passado - após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de derrubar a prisão após condenação em segunda instância.
A América Latina era marcada pela agitação política nesta semana, o que deixava a maioria das moedas emergentes em queda contra o dólar, devido à maior aversão ao risco. O peso chileno liderava as perdas, recuando quase 2% contra a divisa norte-americana em meio aos protestos que varrem o país há quase um mês.
Segundo Campos Neto, "o fator Chile pesa sobre as moedas da região", o que explica parte do comportamento do dólar contra o real.
Contra uma cesta de moedas, a divisa dos Estados Unidos operava em alta de 0,05%, a 98,360.
O Banco Central vendeu nesta quarta-feira todos os 12 mil contratos de swap cambial reverso e todos os 600 milhões de dólares em moeda spot ofertados.
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