Diplomata afirma que maior interesse de Trump na Ucrânia era investigar Biden
Washington, 13 nov (EFE).- O maior interesse do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na Ucrânia eram "as investigações" sobre o ex-presidente Joe Biden, afirmou nesta quarta-feira Bill Taylor, o diplomata americano de maior categoria no país do Leste Europeu.
Na Ucrânia desde junho, Taylor é uma das primeiras testemunhas a comparecer às audiências públicas da investigação da Câmara dos Representantes que pode resultar no impeachment de Trump. O comitê responsável pelo caso apura se Trump abusou do poder como presidente para investigar Biden, com quem pode competir nas eleições de 2020.
O diplomata revelou a existência de uma ligação por telefone feita em julho, em um restaurante, entre Trump e o embaixador dos EUA na União Europeia (UE), Gordon Sondland, outro dos protagonistas da polêmica, e que foi escutada por um dos membros da equipe de Taylor.
Depois da chamada, o assistente de Taylor perguntou a Sondland sobre a opinião do presidente em relação à Ucrânia. De acordo com o depoimento de Taylor, Sondland supostamente "respondeu que o que mais importava ao presidente Trump eram as investigações sobre Biden".
A Ucrânia se aproximou dos EUA a partir de 2014, quando a Rússia anexou a península da Crimeia. Desde então, o Congresso americano já autorizou o envio de US$ 1,6 bilhão em assistência militar à Ucrânia.
Segundo Taylor, o advogado pessoal de Trump, Rudy Giuliani, comandava um canal "altamente irregular" de comunicação com a Ucrânia que estava minando os objetivos oficiais da diplomacia americana no país europeu, ao qual os EUA tinham pedido reformas em energia e no combate à corrupção.
A ligação entre Trump e Sondland supostamente ocorreu em 26 de julho, um dia depois da polêmica conversa por telefone na qual o presidente americano pediu "um favor" ao ucraniano, Vladimir Zelenski.
Taylor disse que Trump condicionou duas coisas - o envio de US$ 400 milhões em ajuda militar à Ucrânia e o agendamento de uma reunião entre os dois presidentes na Casa Branca - a um compromisso de Kiev de investigar Biden e os democratas. EFE
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