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No México, Evo diz que oposição ofereceu US$ 50 mil por sua captura

Evo Morales acena ao chegar à Cidade do México - Luis Cortes/Reuters
Evo Morales acena ao chegar à Cidade do México Imagem: Luis Cortes/Reuters
do UOL

Do UOL, em São Paulo

12/11/2019 14h20Atualizada em 12/11/2019 17h18

Resumo da notícia

  • Ex-presidente boliviano Evo Morales chegou ao México após receber asilo
  • Político diz ter renunciado mandato após ser vítima de um golpe
  • Evo Morales também havia recebido asilo do Paraguai, mas optou por ir ao México
  • Ministro das Relações Exteriores do México disse que Evo chegou ao país "são e salvo"

O ex-presidente boliviano Evo Morales chegou ao México por volta das 14h15 (no horário de Brasília) de hoje após deixar a Bolívia na noite anterior. Ao desembarcar, ele voltou a dizer que foi vítima de um golpe e disse que corria risco.

"Os golpistas ofereceram US$ 50 mil para que um membro da segurança me entregasse antes de eu renunciar", afirmou em breve discurso e, pouco depois, em post no Twitter.

Evo pediu asilo no país após renunciar seu mandato no domingo por conta das manifestações populares e das Forças Armadas.

Ele afirmou que está agradecido "porque o presidente do México salvou a minha vida".

"Enquanto tiver vida, seguirei na política. Enquanto tiver vida, segue a luta. Estamos seguros que os povos do mundo têm o direito de se libertar. Pensei que tínhamos acabado com a opressão, a descriminação e a humilhação, mas surgem grupos que não respeitam a vida e menos a pátria", declarou.

O ministro das Relações Exteriores do México, Marcelo Ebrard, recebeu Evo com um abraço. "Que bom que você está bem", disse o mexicano.

Segundo Ebrard, o avião utilizado foi enviado pelo governo mexicano para buscar o político boliviano.

No Twitter, Ebrard voltou a exaltar a mobilização feita para trazer o ex-presidente boliviano e postou uma imagem da aeronave já em solo mexicano, ressaltando que Evo chegou "são e salvo".

O chanceler do México disse que a tripulação viajou por 24 horas sem descanso para "completar a missão" de levar Morales ao México.

Segundo ele, Bolívia e Peru negaram de última hora acesso ao espaço aéreo desses países, dificultando o trajeto do ex-presidente.

A rota inicial era ir ao México cruzando a Bolívia, com uma parada em Lima, no Peru, para abastecer. Com a negativa na permissão peruana, o avião acabou fazendo uma parada técnica em Assunção, no Paraguai.

Evo tinha a opção de seguir para o Paraguai após o presidente do país, Mario Abdo Benítez, lhe oferecer asilo, mas ele optou por seguir para a América do Norte. No México, o ex-presidente terá a companhia de 20 integrantes do Legislativo e do Executivo da Bolívia.

Brasil rejeita tese de golpe na Bolívia, diz Itamaraty

O governo do presidente Jair Bolsonaro rejeitou a tese de que esteja ocorrendo um golpe na Bolívia e disse entender que a renúncia de Evo abre caminho para a preservação da ordem democrática, disse o Ministério das Relações Exteriores em nota divulgada hoje.

"O governo brasileiro rejeita inteiramente a tese de que estaria havendo um 'golpe' na Bolívia. A repulsa popular após a tentativa de estelionato eleitoral (constatada pela OEA), o qual favoreceria Evo Morales, levou à sua deslegitimação como presidente e consequente clamor de amplos setores da sociedade boliviana por sua renúncia", disse o Itamaraty na nota.

"A renúncia de Evo Morales abriu caminho para a preservação da ordem democrática, a qual se veria ameaçada pela permanência no poder de um presidente beneficiado por fraude eleitoral. O processo constitucional está sendo preservado na sua integralidade na Bolívia", acrescentou.

"O governo brasileiro está pronto a colaborar com as autoridades interinas da Bolívia de modo a contribuir para uma transição pacífica, democrática e constitucional. O Brasil deseja manter e aprofundar sua amizade e cooperação com a Bolívia em todas as áreas", conclui a nota do Itamaraty.

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