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Dentista pede indenização de R$ 100 mil à Ferrari após apreensão de réplica

Arquivo pessoal
Imagem: Arquivo pessoal
do UOL

Daniel Leite

Colaboração para o UOL

12/11/2019 18h12

O dentista que teve a réplica de uma Ferrari F40, construída por ele próprio, apreendida pela polícia em janeiro desse ano entrou na Justiça contra a marca italiana pedindo indenização, por dano moral, no valor de R$ 100 mil.

Vítor Siqueira quer reaver o modelo e requer também o pagamento do valor porque acredita ter havido "exposição negativa" de sua imagem. Os advogados da Ferrari no Brasil disseram que o caso só será comentado no âmbito do processo.

A réplica, construída de forma artesanal no quintal de casa em Cachoeira Paulista (SP), está desde o início do ano em um pátio da Polícia Civil em Lorena, a 18 km da cidade onde o dentista mora. De acordo com a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, foram apontados crimes de desrespeito a registro de marca e concorrência desleal. A investigação partiu de um pedido da própria Ferrari e teve o inquérito concluído em julho.

Em conversa com o UOL Carros, Vítor se diz prejudicado com as consequências do caso e que poderia ter pedido um valor muito maior no processo judicial. "Fui prejudicado em minha carreira profissional como dentista me expondo de uma maneira negativa".

Após construir a réplica, o dentista anunciou a venda pela internet por R$ 80 mil. Ele alega ter sido o valor gasto com a montagem do veículo e que só tentou vendê-lo por sofrer com dificuldades financeiras.

Ferrari Dentista - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Imagem: Arquivo pessoal

O modelo de Siqueira imita uma F40 ano 1987 vermelha, com carroceria de fibra de vidro, peças de veículos batidos adquiridas em leilões e motor com componentes reaproveitados de um Toyota Camry 1997.

Com a apreensão pela polícia, em janeiro, ele procurou um advogado para tentar resgatar o veículo. Desde então, segundo Siqueira, nem a polícia e nem a Ferrari o procuraram mais. "Venho tendo dificuldade em trabalhar, meu nome e moral foram vinculados como falsificador. Achei esse valor [R$ 100 mil] justo e honesto, referente a dano moral causado pela minha exposição. Sei que eu poderia ter pedido R$ 1 milhão ou mais, mas preferi pedir um valor honesto de R$ 100 mil".

Por e-mail, o escritório de advocacia representante da Ferrari no Brasil informou que a marca italiana só comentará o caso no âmbito judicial. "Nossa mandante somente se pronunciará nos autos da ação", diz o texto.

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