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Congressistas pedem garantias para definir presidente da Bolívia

12/11/2019 18h36

La Paz, 12 Nov 2019 (AFP) - Parlamentares da bancada de Evo Morales no Congresso exigiram "as mais amplas garantias" e a retirada das barricadas que ainda cercam a sede do Legislativo para instalar a sessão que deve definir o sucessor do ex-presidente, asilado no México.

"Solicitamos as mais amplas garantias para poder celebrar a sessão porque é de conhecimento público que nas proximidades da praça [Murillo] as barricadas continuam", disse a líder da bancada do Movimento ao Socialismo (MAS), a deputada Betty Yañíquez, em coletiva de imprensa.

A parlamentar expôs como entrave à abertura da sessão parlamentar que Luis Fernando Camacho, líder do movimento civil que forçou a renúncia de Morales, pediu a seus seguidores para irem à praça Murillo "garantir a sucessão constitucional e que a senadora @JeanineAnez assuma [a Presidência], como manda a nossa Constituição".

Em uma sessão prevista para esta terça-feira no Senado, Jeanine Añez, segunda vice-presidente da Câmara alta, deveria ser nomeada presidente interina, após a renúncia das autoridades precedentes na linha de sucessão constitucional.

"Vamos agir sob o guarda-chuva da Constituição", disse Yañiquez.

"Vários deputados, senadores, querem vir [do interior] para trabalhar pela Bolívia, trabalhar pela viabilidade constitucional, mas não estão conseguindo porque ainda estão em suas regiões, devido a diferentes bloqueios" viários, explicou Yañiquez.

"O fato de que muitos dos nossos irmãos não podem chegar porque não têm um voo charter que outros deputados tiveram" poderia dificultar que as sessões sejam instaladas na tarde desta terça-feira, disse.

O MAS ainda mantém a maioria nas duas câmaras e a presença de seus senadores é necessária para reunir 19 dos 36 assentos exigidos para poder celebrar a sessão.

Na sessão legislativa, "vamos trabalhar sempre pela viabilidade de uma saída constitucional, em nenhum momento vamos trabalhar contra o povo", disse Yañíquez.

"Estamos dispostos a dar a saída constitucional", mas amparados "no guarda-chuva constitucional", enfatizou.

A Bolívia está desde o domingo em um vácuo de poder, pois todas as suas principais autoridades executivas renunciaram aos seus cargos.

Alguns constitucionalistas próximos do movimento que derrubou Morales sustentam a ideia de uma nomeação imediata de Añez, pedindo apenas a sessão do Senado, mas a demissão por escrito do ex-presidente Evo Morales deve ser tratada no plenário do Congresso.

rb/rsr/mvv

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