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"Palavra golpe é usada quando a esquerda perde", diz Bolsonaro sobre Evo

1º.jan.2019 - Presidente Jair Bolsonaro toma posse e recebe os cumprimentos de Evo Morales, presidente da Bolívia - Marcos Corrêa/PR
1º.jan.2019 - Presidente Jair Bolsonaro toma posse e recebe os cumprimentos de Evo Morales, presidente da Bolívia Imagem: Marcos Corrêa/PR
do UOL

Do UOL, em São Paulo

11/11/2019 09h17

Jair Bolsonaro disse não considerar o momento da Bolívia, com a renúncia de Evo Morales da presidência, um golpe. Em entrevista ao jornal O Globo, ele voltou defender voto impresso e afirmou que "não é bom acontecer esse tipo de movimento".

"A palavra golpe é usada muito quando a esquerda perde, né? Quando eles ganham, é legítimo. Quando eles perdem, é golpe. Eu não vou entrar nessa narrativa deles aí. A esquerda vai falar que houve golpe agora", disse o presidente da República.

Ontem, Evo Morales pelo Twitter que um policial anunciou ter um mandado de prisão para prendê-lo. Morales, que renunciou hoje depois de 13 anos no poder, classificou a ação como ilegal e denunciou golpe. "Os golpistas destroem o estado de direito", escreveu o ex-presidente.

Bolsonaro acrescentou, sobre o assunto: "Eu sei que lá foi contra a esquerda, mas a gente não quer nem contra a esquerda nem contra a direita. A gente quer que, acabou, tem dúvida, vai lá e conta, abre a urna lá, o voto impresso e conta" adicionou Bolsonaro.

O presidente brasileiro afirma que o sistema de votação atual "não serve". E disse que a situação na Bolívia é um sinal para o Brasil.

"Só vou dar uma observação sobre o que levou à renúncia do Evo Morales: um sinal que nós aqui no Brasil precisamos de um sistema de votação seguro. Esse que está aí não serve. Esse que está aí leva a esse tipo de problema" afirmou Bolsonaro, defensor do voto impresso, o que foi considerado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no ano passado.

A renúncia

Evo Morales renunciou à presidência da Bolívia em meio a uma profunda crise política no país. Ele deixou a capital La Paz e desembarcou em Cochabamba, sua região, para se encontrar com líderes cocaleiros. O agora ex-presidente se disse vítima de um golpe "cívico-político-policial" e afirmou que renunciou para tentar pacificar o país.

"Renuncio a meu cargo de presidente para que (Carlos) Mesa e (Luis Fernando) Camacho não continuem perseguindo dirigentes sociais", disse Morales em discurso transmitido pele TV, referindo-se a líderes opositores que convocaram protestos contra ele desde o dia seguinte às eleições de 20 de outubro e também aos ataques contra pessoas ligadas ao seu governo.

"Não sei como podem usar a Bíblia para maltratar famílias [em uma referência aos opositores]. Mesa e Camacho não façam isso. Isso é desumano", prosseguiu. "Não roubamos ninguém. Se alguém tem uma prova de roubo que apresente."

"[A renúncia] não é nenhuma traição. A luta continua. Estamos deixando uma nova Bolívia livre e em processo de desenvolvimento. Vamos continuar junto ao povo", afirmou Morales, que ficou 13 anos no poder.

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