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Justiça holandesa pede resgate de 56 crianças e 23 mães do país na Síria

11/11/2019 14h41

Haia, 11 nov (EFE).- Um tribunal local de Haia pediu nesta segunda-feira que o governo holandês faça tudo que for possível para resgatar o quanto antes 56 crianças que estão em campos de detenção no noroeste da Síria, um caso judicial iniciado por advogados de 23 mulheres retidas no país árabe.

Num processo de urgência, o tribunal considerou que as crianças que vivem nos campos sírios de Al Roj e Al Hol estão em uma situação de emergência aguda sem terem escolhido isso. "Essas crianças devem ser repatriadas o quanto antes, assim que o governo holandês puder fazer isso sem pôr em risco os seus funcionários", diz a sentença.

Quanto às mães, o juiz decidiu que elas não têm o direito de serem repatriadas porque escolheram viajar para o território controlado então pelo grupo terrorista Estado Islâmico. No entanto, está sendo levado em conta que as autoridades da Síria só permitem que as crianças saiam com as responsáveis, de modo que a Holanda deverá também resgatar as 23 mulheres.

Até agora, a política do país europeu tem se concentrado em não fazer qualquer esforço ativo para resgatar os seus cidadãos na Síria, para que apenas sejam repatriados aqueles que conseguem chegar ao consulado holandês mais próximo, neste caso, na Turquia, e pedir a rendição à justiça na própria Holanda.

Confrontado com as exigências dos advogados, o governo argumentou durante o julgamento que uma tal campanha de repatriação é muito perigosa para os funcionários do país por se tratar de uma zona de conflito e onde o bombardeio pode ser reiniciado a qualquer momento.

O advogado do Estado, Reimer Veldhuis, afirmou ainda que essas mulheres contribuíram para o funcionamento do EI e levaram os seus filhos a um ambiente muito violento. Além disso, segundo ele, o governo holandês não tem autoridade na área onde elas estão, nem tem qualquer obrigação internacional de repatriar suspeitos de terrorismo.

Segundo dados oficiais, existem atualmente cerca de 140 holandeses detidos em campos no noroeste da Síria. EFE

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