LA PAZ, 21 OUT (ANSA) - O candidato presidencial da oposição Carlos Mesa denunciou nesta segunda-feira (21) uma suposta manipulação nos resultados das eleições na Bolívia, depois que a divulgação dos dados foi paralisada. A apuração das urnas teve início na noite deste domingo (20) e pelo menos 80% das preferências já haviam sido contabilizadas, indicando a disputa de um segundo turno entre o atual presidente Evo Morales e seu principal adversário, Mesa. "Quero denunciar sem nenhum tipo de matiz que o governo está tentando, através do Tribunal Supremo Eleitoral (TSE), eliminar o segundo turno", afirmou o opositor durante coletiva de imprensa. O opositor ainda condenou que o TSE tenha paralisado a divulgação dos resultados. O primeiro boletim, porém, informou que Morales obteve cerca de 45% dos votos, enquanto que Mesa garantiu 38% . O resultado preliminar evita a eleição do atuar mandatário boliviano para seu quarto mandato e leva a disputa para o segundo turno. Em sua conta no Twitter, Mesa ainda pediu para todos os seus seguidores ficarem em "vigília" contra uma possível fraude no pleito. "Estão tentando bloquear a possibilidade de segundo turno. Caminhamos para uma situação inaceitável para a democracia", explicou Mesa, que convocou uma mobilização popular contra as suspeitas. Evo Morales, por sua vez, não falou em segundo turno e ressaltou que tem certeza que vai " continuar garantindo esse processo de mudanças com os votos da área rural". O governo boliviano ainda prometeu à comunidade internacional e à oposição que fará uma apuração transparente. O ministro de Comunicação, Manuel Canelas, inclusive se mostrou confiante na vitória de Morales, durante coletiva. Já segundo o ministro das Relações Exteriores, Diego Pary, alguns países como Brasil, Argentina e Estados Unidos, além de entidades como a Organização dos Estados Americanos (OEA) serão chamados para acompanhar a apuração. Mais cedo, a OEA já tinha dito que "é fundamental que o TSE explique por que foi interrompida a divulgação de resultados preliminares".
Esta é uma das eleições mais difíceis e complicadas para Morales, que está no poder desde 2006 e foi eleito no primeiro turno em todas as votações que disputou. (ANSA)
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