Cronologia da escalada dos protestos no Chile
Santiago, 21 Out 2019 (AFP) - Manifestações contra o aumento da passagem do metrô em Santiago degeneraram em violência na sexta-feira (18), desencadeando vários protestos contra o custo de vida e a desigualdade social e o envio de milhares de soldados e agentes policiais.
Até o momento, 11 mortes foram registradas.
Confira abaixo um resumo dos distúrbios mais graves no Chile em décadas:
- Queima de estações de metrô -Em 18 de outubro, protestos contra o aumento do preço da passagem de metrô nos horários de pico levaram a confrontos entre manifestantes e policiais em Santiago.
A violência aumentou durante a noite, e várias estações de metrô foram atacadas com coquetéis molotov.
As 136 estações que compõem a rede de metrô sofreram ataques, muitas com danos consideráveis, e algumas, completamente queimadas. O serviço ferroviário foi temporariamente suspenso.
Pelo menos 16 ônibus foram queimados nas ruas. Grupos de manifestantes também incendiaram o prédio da companhia de eletricidade ENEL e uma filial do Banco do Chile.
Depois da meia-noite, o presidente Sebastián Piñera declarou estado de emergência e ordenou o envio de militares às ruas de Santiago.
- Incêndios deliberados -Em 19 de outubro, centenas de soldados patrulhavam a capital do Chile pela primeira vez desde o retorno à democracia em 1990.
Milhares de pessoas voltaram às ruas para protestar. Também foram registradas mobilizações contra o governo em outras cidades, como Viña del Mar e Valparaíso.
Manifestantes encapuzados enfrentaram policiais e soldados em diferentes partes de Santiago, mesmo nos arredores do Palácio de La Moneda, sede do governo.
Mais locais foram incendiados, incluindo outra estação de metrô, supermercados e lojas.
Em Valparaíso, o prédio do jornal mais antigo do Chile, "El Mercurio", foi incendiado.
As autoridades informam que mais de 300 prisões foram efetuadas. O número oficial de feridos é de 156 policiais e 11 civis.
Piñera desistiu do aumento do preço do metrô e pediu diálogo. Um toque de recolher noturno foi imposto em Santiago.
- Primeiras mortes -Em 20 de outubro, os tumultos continuaram. Duas mulheres morreram queimadas na madrugada durante um incêndio em uma loja da rede Walmart em Santiago.
A polícia e os militares passaram a usar jatos d'água e gás lacrimogêneo para reprimir os manifestantes em Santiago, para onde 10 mil homens foram enviados, incluindo policiais e militares.
Manifestantes atearam fogo a uma fábrica de roupas no subúrbio de Renca. O incêndio causou a morte de cinco pessoas.
O transporte público foi quase completamente paralisado em Santiago. As lojas permaneceram fechadas, e os voos de e para o aeroporto da capital foram cancelados.
Os números oficiais falam de 103 incidentes graves em todo país, com 1.462 detidos: 614 em Santiago, e 848, em outras regiões.
"Estamos em guerra contra um inimigo poderoso e implacável", disse Piñera a repórteres após uma reunião de emergência.
O toque de recolher em Santiago foi imposto pela segunda noite consecutiva, e o estado de emergência declarado em outras nove regiões do país.
O número de mortos sobe para 11.
br/ach/piz/ll/mr/tt
ENEL
WALMART
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