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Parlamento britânico reunido em sessão histórica para votar o Brexit

19/10/2019 08h37

Pela primeira vez desde 1982 e a entrada na guerra das Malvinas, o Parlamento britânico foi convocado num sábado. Os deputados estão reunidos desde às 8h30 (hora local) para discutir e votar o novo acordo sobre o Brexit, negociado pelo primeiro-ministro, Boris Johnson, com a União Europeia.

Pela primeira vez desde 1982 e a entrada na guerra das Malvinas, o Parlamento britânico foi convocado num sábado. Os deputados estão reunidos desde às 8h30 (hora local) para discutir e votar o novo acordo sobre o Brexit, negociado pelo primeiro-ministro, Boris Johnson, com a União Europeia.

Porém, a falta de maioria para o seu partido conservador dificulta a situação. Oponentes políticos de Johnson sugerem um novo adiamento do Brexit, previsto para 31 de outubro, eleições legislativas ou mesmo um novo referendo. Os debates na Câmara dos Comuns podem durar o dia todo.

O primeiro-ministro abriu a sessão histórica dizendo que o Parlamento de Westminster tem a chance de fazer o Reino Unido avançar, votando o novo pacto, mais de três anos após o referendo em que os britânicos se pronunciaram a favor da saída do bloco europeu.

O acordo do Brexit é um "novo caminho a seguir" para o Reino Unido e a UE, afirmou Johnson. Argumentando que o acordo era "a melhor solução possível", ele disse que o texto unirá o país, muito dividido desde 2016. "Adotem um acordo que possa curar este país", disse aos parlamentares.

Um novo relatório seria "inútil, caro e profundamente destrutivo para a confiança do público", alertou Boris Johnson, a fim de evitar a apresentação de emendas ao texto original.

Matemática dos votos

O governo precisa de 320 votos para validar seu acordo (se ninguém se abstiver). Johnson tenta convencer os deputados até o último momento.

Os partidos da oposição já anunciaram que votariam contra: o partido liberal-democrata (19 votos) e o SNP, dos nacionalistas escoceses (35 votos), são anti-Brexit. O Partido Trabalhista (242 votos) acredita que o novo acordo enfraquece os direitos dos trabalhadores, e os Verdes (1 voto) defendem que o texto não respeita o meio ambiente. Já os sindicalistas norte-irlandeses do DUP (10 votos), reclamam que o pacto concede um status diferente à Irlanda do Norte, o que consideram inaceitável.

Divórcio após 46 anos

Segundo o primeiro-ministro, Boris Johnson, o novo acordo deve estabelecer as condições necessárias para um divórcio após 46 anos de vida conjunta, permitindo uma saída tranquila do Reino Unido do bloco europeu, acompanhada de um período de transição, pelo menos até o fim de 2020.

Se aprovado, o acordo ainda precisará ser validado pelo Parlamento Europeu. Caso o pacto não seja aprovado, Boris Johnson será obrigado a cumprir a lei Benn que pede um adiamento do Brexit, para evitar uma saída sem acordo.

A hipótese de um Brexit sem acordo é temida por diversos setores da economia. Isso poderia levar, segundo previsões do próprio governo, à escassez de alimentos, de gasolina ou medicamentos.

Assim como o Parlamento, a sociedade britânica também está dividida desde o referendo que decidiu por 52% pela saída do Reino Unido do bloco europeu. Aqueles que ainda têm esperança de permanecerem na União Europeia convocaram manifestações neste dia crucial para o país.

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