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Curdos exigem que EUA pressionem Turquia a cumprir trégua

19/10/2019 08h27

Beirute, 19 out (EFE).- As Forças Democráticas da Síria (FSD), uma aliança de milicias liderada por curdos, exigiram neste sábado que os Estados Unidos pressionem a Turquia a cumprir a trégua e abrir um corredor humanitário para a evacuação das vítimas civis da cidade de Ras al-Ayn, no norte do território sírio.

"Nós nos comprometemos a acatar o cessar-fogo e segui-lo, mas ao mesmo tempo exigimos que a parte americana o acate e que também pressione a parte turca para que abra o corredor e nos permita evacuar os feridos e civis que estão na cidade sitiada de Ras al-Ayn", declarou em comunicado o comandante-geral das FSD, Mazlum Abdi.

Segundo ele, "as FSD acataram o cessar-fogo, no entanto, o lado turco continuou o seu ataque em uma violação do cessar-fogo e não permite a abertura de um corredor seguro para evacuar os feridos e civis da cidade, apesar de já terem se passado 30 horas desde o anúncio".

As tropas turcas começaram no último dia 9 uma operação militar no norte da Síria. Um dos primeiros alvos da ofensiva foi a cidade de Ras al-Ayn, que faz fronteira com a Turquia e marca um dos limites da chamada "zona de segurança" que o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, quer estabelecer até Tell Abiad.

Abdi afirmou que o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, e o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, são responsáveis por "obrigarem a Turquia a implementar o cessar-fogo e abrir o corredor, de acordo com os entendimentos com a parte americana".

"Apesar da comunicação constante com o lado americano e a promessa feita por eles para resolver este problema, não houve nenhum progresso tangível neste sentido", comentou Abdi.

Segundo os curdos, os turcos seguiram lançando projéteis contra essa região, provocando 14 mortes civis. Pompeo disse na sexta-feira, em Bruxelas, que confia na implementação do cessar-fogo, mas reconheceu que houve "alguma atividade" atribuída às dificuldades de "coordenação".

Na quinta-feira, Washington e Ancara determinaram uma pausa nas operações militares de cinco dias contra as milícias curdo-sírias - que são consideradas terroristas pela Turquia - para que possam se retirar dessa faixa da fronteira.

O governo turco negou na sexta-feira que combates tenham ocorrido, alegando que tudo a respeito se tratava de "desinformação". EFE

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