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Pai e filha identificados entre vítimas de desabamento de prédio no Ceará

Pai e filha morreram em desabamento de prédio em Fortaleza - Reprodução Facebook
Pai e filha morreram em desabamento de prédio em Fortaleza Imagem: Reprodução Facebook
do UOL

Aliny Gama*

Do UOL, em Maceió

17/10/2019 21h57

Resumo da notícia

  • Pai e filha estão entre as vítimas do desabamento do prédio em Fortaleza
  • Nayara era psicóloga, tinha 31 anos e morava no apartamento 301
  • Antônio era funcionário público e vivia com a filha havia pouco tempo
  • Ele se mudou porque ficara viúvo recentemente

As duas vítimas fatais retiradas dos escombros do edifício Andrea, em Fortaleza, na manhã de hoje, são o pai e filha: Antônio Gildasio Holanda Silveira, 60 anos e Nayara Pinho Silveira, 31 anos. Eles foram encontrados mortos sob os escombros pelas equipes de resgate do Corpo de Bombeiros Militar do Ceará.

Nayara era psicóloga e morava no apartamento 301 do prédio. O pai que ficou viúvo recentemente e foi viver com ela. Antônio era funcionário público da Secretaria de Trabalho e Desenvolvimento Social do Ceará.

Os corpos foram identificados por meio de exame de necropapiloscopia, segundo a SSPDS (Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social). A técnica utilizada compara a impressão digital da vítima com a digital contida em um documento da pessoa, na Pefoce (Perícia Forense do Ceará). O enterro será realizado nesta sexta-feira no cemitério Jardim Metropolitano, em Eusébio, na grande Fortaleza.

Veja como foi o desabamento do prédio em Fortaleza

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O balanço feito até às 20h30 de hoje pela SSPDS era de:
- Cinco mortes confirmadas: quatro corpos foram resgatados e um está sob os escombros.
- Seis vítimas a serem resgatadas.
- Sete pessoas resgatadas com vida.

A primeira vítima fatal do desabamento do prédio foi Frederick Santana dos Santos, 30, que teve o corpo retirado dos escombros na noite da terça (15). A segunda vítima identificada foi Izaura Marques Menezes, 81. O corpo dela foi submetido a exames de odontologia forense (arcada dentária) por peritos da Pefoce.

"Há uma vítima a oito metros dos escombros, que foi o primeiro óbito identificado. Ainda hoje a gente estima que vai conseguir tirar. Nós temos cinco vidas a salvar", disse o comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Luís Eduardo Holanda. Segundo ele, o trabalho de resgate continuará sendo realizado ininterruptamente.

Fortaleza - ASCOM/CBMCE - ASCOM/CBMCE
Imagem: ASCOM/CBMCE

500 pessoas atuam nas buscas

A SSPDS informou que o corpo que ainda está nos escombros do prédio é do sexo feminino. O coronel estima que pelo menos 500 pessoas estão trabalhando na operação, incluindo os voluntários.

"Hoje a gente pode dizer que a operação é uma grande demonstração de solidariedade do povo cearense", avaliou Holanda.

Cinco cães farejadores do Corpo de Bombeiros Militar se revezam no trabalho de busca das pessoas que estavam no prédio. Ontem, as equipes de resgate escutaram sinais sonoros vindo dos escombros e os cães identificaram pontos de calor, que seriam áreas onde possíveis vítimas estão. Mas, hoje, as equipes não ouviram mais sons.

"Os sons que ontem foram falados, hoje eles não permaneceram. Não recebermos hoje nenhuma sinalização sonora", informou o comandante.

Edifício Andrea - XANDY RODRIGUES/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO - XANDY RODRIGUES/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Imagem: XANDY RODRIGUES/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

A tragédia

O edifício Andrea tinha sete andares e ficava entre as ruas Tibúrcio Cavalcante e Tomás Acioli, no bairro Dionísio Torres, área nobre de Fortaleza. O prédio ruiu às 10h30 de terça-feira, causando a morte de, ao menos, cinco pessoas, segundo dados da SSPDS até às 20h30 de hoje. Cinco pessoas continuam desaparecidas e sete pessoas foram resgatadas com vida.

A edificação era cercada por estabelecimentos comerciais e outras edificações. O desabamento atingiu o muro de um mercado, que ficou danificado parcialmente.
Dois quarteirões adjacentes ao local do desabamento foram isolados. Os moradores tiveram de ser retirados.

Imagens feitas por moradores do prédio mostram pilastras da edificação avariadas, com ferragens expostas, sendo uma delas envolvida com um plástico.
O presidente da Academia Cearense de Engenharia, Victor Frota Pinto, suspeita que o rompimento de pilastras tenha causado o desabamento, pois a edificação caiu na vertical.

A Polícia Civil instaurou inquérito para apurar as circunstâncias do desabamento. Algumas testemunhas já prestaram depoimento.

*Colaborou Cristiane Bonfim, de Fortaleza

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