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Brasil e Venezuela conseguem vagas no Conselho de Direitos Humanos da ONU

17/10/2019 14h30

Nações Unidas, 17 out (EFE).- O Brasil e a Venezuela conseguiram nesta quinta-feira os dois lugares que disputavam com a Costa Rica no Conselho de Direitos Humanos da ONU, em eleições realizadas na Assembleia Geral das Nações Unidas.

Na disputa pelas vagas disponíveis para os países da América Latina e do Caribe, o Brasil conseguiu 153 votos.

A Costa Rica, que concorreu ao pleito de última hora, com o objetivo explícito de evitar que a Venezuela ganhasse uma vaga, obteve o apoio de 96 países membros, nove a menos que os conseguidos pelo governo venezuelano.

Assim, o Brasil - que concorria à reeleição - continuará sendo membro do órgão com sede em Genebra, na Suíça, enquanto a Venezuela substituirá Cuba, que está em fim de mandato, a partir de 1º de janeiro do ano que vem.

A candidatura venezuelana conseguiu seu objetivo apesar de uma forte campanha contra por parte dos Estados Unidos, de vários países latino-americanos e de organizações internacionais de direitos humanos.

"A Venezuela não cabe em nada no Conselho de Direitos Humanos", afirmou nesta semana em entrevista coletiva o diretor para as Nações Unidas da Human Rights Watch (HRW), Louis Charbonneau.

Para a HRW e outras ONGs, a Venezuela não cumpria os requisitos para ser membro do Conselho devido ao histórico do governo de Maduro neste âmbito.

Nas últimas horas, o Brasil, o Chile e os EUA, entre outros países, tinham pedido publicamente para que a candidatura venezuelana fosse boicotada.

No total, nesta quinta-feira foram preenchidas 14 vagas no Conselho de Direitos Humanos. Além de Brasil e Venezuela, foram escolhidos Líbia, Mauritânia, Sudão, Namíbia, Indonésia, Japão, Ilhas Marshall, Coreia do Sul, Armênia, Polônia, Alemanha e Holanda por seus respectivos grupos continentais.

O Conselho de Direitos Humanos foi criado em 2006 para substituir a Comissão de Direitos Humanos, suprimida após 60 anos de trabalhos devido à crise de legitimidade que havia sofrido por decisões vistas como parciais, politizadas e desequilibradas.

O órgão é formado por 47 países, que cumprem mandatos de três anos e cujos assentos são divididos em grupos regionais.

No caso da América Latina e do Caribe, junto com Brasil e Venezuela estarão presentes em 2020 Argentina, Bahamas, Chile, México, Peru e Uruguai. EFE

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