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Trump minimiza responsabilidade em ataques turcos na Síria

16/10/2019 16h17

WASHINGTON, 16 OUT (ANSA) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quarta-feira (16) que seu governo não está relacionado com a ofensiva militar realizada pela Turquia contra a minoria curda no nordeste da Síria. "Se a Turquia entra na Síria, isso é entre Turquia e Síria. Não é nosso problema", afirmou o republicano, durante entrevista coletiva concedida ao lado do presidente da Itália, Sergio Mattarella, que visitou a Casa Branca nesta manhã. O republicano ainda ressaltou que é melhor impor sanções contra o governo turco do que ter forças norte-americanas presentes na região. "Eu sempre prefiro usar o poder econômico antes de usar o poder militar", disse, afirmando seus militares não são policiais. "Chegou a hora de voltarmos para casa". As declarações foram dadas enquanto o vice-presidente dos EUA, Mike Pence, e o secretário de Estado, Mike Pompeo, se deslocam para a Turquia na tentativa de mediar um cessar-fogo com o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan. A ofensiva teve início na última quarta-feira (9), depois que os Estados Unidos anunciaram a retirada de suas tropas do nordeste da Síria. O objetivo de Ancara é encerrar o domínio dos curdos na fronteira entre os dois países e enviar milhões de refugiados sírios para a "zona segura". O magnata tem sido alvo de duras críticas até por aliados nos EUA, já que a medida pode ser uma forma de abrir caminho para o Estado Islâmico (EI) reconquistar territórios no país árabe e para o regime de Bashar al Assad se fortalecer.   

"Eu vi a situação na fronteira turca com a Síria como estrategicamente brilhante para os Estados Unidos. Nossos soldados estão fora de lá. Nossos soldados estão totalmente seguros. Eles precisam resolver isso. Talvez eles possam fazer isso sem lutar", afirmou à imprensa. Segundo ele, o governo americano está "assistindo, negociando e tentando convencer a Turquia a fazer a coisa certa, porque gostaria de parar as guerras de qualquer maneira". Apesar disso, Trump disse que "os curdos não são anjos". "Eles brigaram conosco. Pagamos muito dinheiro para eles lutarem conosco, e tudo bem. Eles se saíram bem quando lutaram conosco".   

O republicano ainda afirmou que o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) - grupo rebelde que luta pela autonomia curda na Turquia - é provavelmente uma ameaça terrorista pior em muitos aspectos do que os jihadistas do EI. Já o presidente da Itália, por sua vez, condenou a operação em andamento realizada pela Turquia na Síria. "Não dei nenhuma aprovação à Turquia para a ofensiva militar, mas ao contrário.   

Eu escrevi uma carta muito dura. Eles queriam fazer isso há anos", disse aos jornalistas. Ofensiva na Síria - O Observatório Sírio dos Direitos Humanos afirmou hoje (16) que as forças sírias e russas entraram na cidade fronteiriça de Kobane e em Manbij após um acordo firmado entre os curdos e Damasco, depois dos ataques turcos. De acordo com dados revelados pela ONU, dezenas de civis foram mortos na operação até agora e foram registrados mais de 275 mil deslocados internos.   

O Ministério da Defesa de Ancara, por sua vez, afirmou que 653 "terroristas foram neutralizados" desde o início da operação militar. Já Erdogan chegou a declarar que pelo menos 556 combatentes morreram. (ANSA)
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