Protestos contra o presidente da Guiné têm 8 mortes, afirma oposição
Dacar, 16 out (EFE).- O número de mortos em protestos contra um eventual terceiro mandato do presidente da Guiné, Alpha Condé, chegou a oito nesta quarta-feira, segundo divulgou o grupo oposicionista Frente para a Defesa da Constituição (FNDC).
Além disso, segundo a plataforma formada por integrantes da sociedade civil, sindicatos e partidos da oposição, que convocaram os atos, 70 pessoas sofreram ferimentos à bala.
As manifestações no país começaram na segunda-feira, quando foram registradas pelo FNDC quatro mortes na capital, Conakri, e mais uma, de um policial, em Mamou. Hoje, segundo o grupo, três civis faleceram na principal cidade da Guiné.
"Apesar do caráter pacífico dos protestos, as forças da ordem seguiram com o uso das suas armas de fogo", diz comunicado da Frente para a Defesa da Constituição.
Ainda de acordo com as informações divulgadas pela plataforma, agentes do governo estão invadindo casas na capital, em busca de ativistas. Outra denúncia é a de detenção irregulares durante as manifestações.
O líder dos opositores ao atual governo, Cellou Dalein Daillo, garantiu, no entanto, que os atos seguirão até que a reivindicações sejam aceitas.
Durante o fim de semana, mais de dez membros do FNDC, entre eles, o coordenador nacional, Abdourahamane Sano, foram detidos, além do jornalista e ativista Abdoulaye Oumou Sow, e do cantor Elie Kamano que fez várias críticas do regime de Condé.
Em 23 de setembro do ano passado, o presidente sugeriu a realização de um plebiscito, para consultar a população sobre a elaboração uma nova Constituição, que o permitaria ir além dos mandatos permitidos pelo texto atual, que são de cinco anos, com possibilidade de uma reeleição.
A atual Carta Magna da Guiné diz que o número e a duração dos mandatos presidenciais não podem ser objeto de revisão, motivo pelo qual Condé, que venceu dois pleitos seguidos, em 2010 e 2015, pretende uma nova redação, ao invés de modificar a atual. EFE
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