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Mulher é condenada nos EUA por submeter filho a cirurgias desnecessárias

Kaylene Bowen-Wright mentia sobre o estado de saúde da criança - Reprodução/Dallas County Sheriff"s Office
Kaylene Bowen-Wright mentia sobre o estado de saúde da criança Imagem: Reprodução/Dallas County Sheriff's Office
do UOL

Do UOL, em São Paulo*

16/10/2019 12h33

Uma mulher foi condenada a seis anos de prisão nos Estados Unidos por provocar sérios danos à saúde do filho, após submete-lo a uma série de tratamentos, internações e cirurgias sem necessidade, desde que nasceu, segundo informações da rede de TV norte-americana CNN.

Kaylene Bowen-Wright começou a mentir para profissionais médicos sobre o estado de saúde do filho quando a criança tinha apenas alguns dias de vida, e foi condenada à prisão, segundo seu advogado, Heath Hyde, por provocar lesões corporais graves ao menino.

Nos primeiros anos de sua vida, a criança foi ao médico mais de 300 vezes e passou por 13 grandes cirurgias.

"Em 24 de abril de 2009, aos 11 dias de vida, foi relatado que sua mãe biológica e a mãe dela foram vistas jogando fora o leite que a criança não havia terminado de tomar e mentindo para profissionais médicos que o bebê havia tomado toda a mamadeira", diz um documento da Justiça.

Este incidente deu início a um ciclo de oito anos em que Bowen-Wright passou de médico em médico procurando tratamentos para seu filho e mentindo sobre seu histórico médico e condição de saúde. Como resultado, a criança teve de ser submetida a testes, exames, cirurgias e procedimentos médicos, além de ser alimentada por tubos e conectada a outros equipamentos.

"A criança desenvolveu infecções sanguíneas com risco à sua vida nos equipamentos, em duas ocasiões distintas, que a levaram ao atendimento em uma unidade de tratamento intensivo", afirma o documento.

Heath Hyde, advogado da mãe, insiste que o menino tinha problemas de saúde. "Os procedimentos não teriam sido feitos a não ser para problemas existentes", afirmou. "Nenhuma prova foi apresentada de que ela agiu intencionalmente para deixa-lo doente".

Aos 5 anos de idade, a criança foi internada, e a mãe assinou um termo para que o filho não fosse ressuscitado, caso preciso. O menino teve alta em 2015, após sua mãe se recusar a ouvir os médicos, que recomendaram uma estada de oito semanas, na qual ele seria desligado dos tubos de alimentação, hidratação e oxigênio, e passaria a viver uma vida mais ou menos normal.

A mulher mentiu e disse que seu plano de saúde tinha negado cobertura sobre esse período de internação.

Na terceira vez em que uma infecção no sangue levou a criança para a internação em tratamento intensivo, ela foi retirada dos tubos de alimentação e passou a comer bem, com uma dieta normal. Quando teve alta, a mãe não seguiu as instruções médicas e transferiu o filho para outro centro médico. Ela se negou a apresentar registros médicos anteriores, e os médicos começaram a fazer novos testes.

Documentos da Justiça dizem que Bowen-Wright relatou que seu filho tinha problemas que "nunca haviam sido testemunhados por médicos" e não ouviu os médicos que sugeriram caminhos que poderiam "resultar em menos intervenções".

Quando a criança foi afastada dos cuidados da mãe, ela estava usando equipamentos de hidratação e oxigênio. Os dois foram removidos, e o menino passou a comer normalmente, em vez de usar um tubo de alimentação.

"A criança não teve atividade convulsiva, não engasgou nem aspirou comida, e não mostrou fatiga", dizem os documentos da Justiça. "Em vez disso, ficou de pé e brincando a maior parte do tempo no hospital".

O menino teve alta e foi encaminhado a um lar adotivo. Não teve mais problemas médicos até ser ouvido novamente, 12 dias depois de ser retirado dos cuidados de Bowen-Wright.

Mas a criança sofreu lesões corporais causadas pelas infecções no sangue e pela radiação a que foi exposta. O menino também tem "sérios danos mentais causados pela mãe continuamente afirmando que ele estava doente" e restringindo seus movimentos desde cedo, ao colocá-lo em uma cadeira de rodas.

*As informações são da CNN.

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