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Após novas manchas, Salles diz que não sabe quantidade de óleo ainda no mar

Ministro Ricardo Salles participa de vistoria na praia de Japaratinga, em Alagoas, afetada por mancha gigante de óleo - Felipe Brasil/Instituto do Meio Ambiente de Alagoas / Divulgação
Ministro Ricardo Salles participa de vistoria na praia de Japaratinga, em Alagoas, afetada por mancha gigante de óleo Imagem: Felipe Brasil/Instituto do Meio Ambiente de Alagoas / Divulgação
do UOL

Carlos Madeiro

Colaboração para o UOL, em Maceió

16/10/2019 17h58

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, afirmou hoje em Maceió que não é possível saber quanto ainda existe de óleo no mar nem como prever se novas manchas aparecerão no litoral nordestino. Salles fez um sobrevoo nesta tarde sobre os litorais de Alagoas e Bahia para conferir as novas manchas de petróleo que surgiram e poluíram as areias nos dois estados.

Manchas de óleo têm aparecido no litoral nordestino desde o dia 2 de setembro, sem que o governo e pesquisadores consigam descobrir a origem e local do vazamento.

"Ao que tudo indica é o mesmo óleo [das novas manchas] que as correntes marítimas, a movimentação de marés, move e faz com que ele toque na costa e retroceda. Mas não sabemos quanto desse óleo está no mar. Então, ele toca na praia e a gente retira para evitar que ele volte ao mar", disse.

O ministro voltou a dizer que o óleo encontrado no litoral é de origem origem venezuelana, mas afirmou que não acredita na hipótese de um vazamento ativo do fundo do mar.

"Se é óleo vazando do fundo do mar, não é do fundo do mar brasileiro, porque ele é venezuelano; ou seja, se tiver, está vindo de poço muito distante. A hipótese mais provável, mas não é a única, é que tenha vazado de um navio, seja durante transporte de um navio para o outro, seja uma avaria ou despejamento."

Ainda segundo o ministro, é necessário o empenho de todos os órgãos dos governos federal, estadual e municipal para dar respostas ao desastre ambiental na região.

"Não é o município sozinho, o estado ou o governo federal que vai resolver o problema. Todos estão atuando juntos, como temos feito desde o dia 2 de setembro", garantiu.

Sobre a visita de hoje, ele afirmou que viu muitas manchas de óleo, como a grande que apareceu de ontem para hoje, em Japaratinga (AL), e que as medidas estão sendo tomadas em todas as áreas.

"Fizemos uma vistoria na Bahia e aqui em Alagoas. Temos avançados em todas as medidas disponíveis, tanto de monitoramento, recolhimento e destinação, além da investigação da origem desse óleo aparentemente venezuelano", afirmou, dizendo que é preciso avançar mais e fechar as investigações para dar mais detalhes sobre o que ocorreu.

Vazamento de petróleo em Alagoasaparece em Jarapatinga - Felipe Brasil/Instituto do Meio Ambiente de Alagoas / Divulgação - Felipe Brasil/Instituto do Meio Ambiente de Alagoas / Divulgação
Vazamento de petróleo em Alagoas: mancha de óleo gigante aparece em Jarapatinga
Imagem: Felipe Brasil/Instituto do Meio Ambiente de Alagoas / Divulgação

Manchas só aumentam

Segundo balanço do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis), até ontem havia o registro de 167 praias contaminadas, em 72 municípios do Nordeste.

Nos últimos dias, as manchas de petróleo tem aparecimento concentrado no norte da Bahia e no norte de Alagoas —com uma distância superior a 300 km entre os pontos dos novos surgimentos. Ontem, além da Alagoas, vestígios do óleo foram achados também em Jandaíra, no litoral norte baiano.

Ontem, a força-tarefa federal enviou nota à tarde informando que não havia sido registrados novos aparecimentos em um período de 24 horas, mas a situação mudou de forma brusca mais uma vez.

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