Pence viajará à Turquia para negociar cessar-fogo
"Será nas próximas 24 horas, só posso dizer que será muito em breve", afirmou nesta terça-feira (15/10) um funcionário do alto escalão do governo americano que pediu anonimato.
A fonte não quis detalhar se Pence se reunirá com o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, e se limitou a dizer que o objetivo da viagem é negociar um cessar-fogo e mostrar ao governo turco que os EUA "estão incomodados" com a ofensiva o norte da Síria.
Segundo o funcionário, o presidente americano, Donald Trump, conversou na segunda-feira por telefone com Erdogan e com o comandante das Forças Democráticas Sírias (FSD), Mazlum Abdi, cuja organização é a principal aliança armada liderada pelos curdo-sírios, para manifestar o objetivo de conseguir um cessar-fogo. "Por cessar-fogo, quero dizer que as forças militares na região devem deixar de atuar, as forças turcas e as FSD", enfatizou a fonte.
No entanto, Erdogan já avisou que é contra qualquer mediação entre seu governo e as forças curdas na Síria que a Turquia considera terroristas. "Que tipo de primeiro-ministro, que tipo de chefe de Estado são aqueles que se oferecem para mediar entre nós e o grupo terrorista?", disse Erdogan no domingo.
Ontem, o governo dos EUA impôs sançõescontra três ministros turcos e anunciou que aumentará as tarifas ao aço da Turquia para 50%, além de ter fechado a porta para um acordo comercial entre os dois países.
Por enquanto, a Turquia vem ignorando as novas sanções dos Estados Unidos e prosseguiu com sua ofensiva no norte da Síria nesta terça-feira. Do lado oposto, o Exército do ditador Bashar al-Assad ocupou em uma das cidades mais disputadas do país, Manbij, com apoio da Rússia, preenchendo o vazio deixado pela retirada de tropas americanas ordenada por Trump na semana passada. Segundo Moscou, os curdos permitiram que as tropas de al-Assad ocupassem a cidade.
A situação na região mudou consideravelmente nas últimas horas: as forças leais ao governo sírio de Bashar al-Assad, respaldadas internacionalmente pela Rússia, ocuparam grande parte da faixa em disputa no norte da Síria, enquanto a coalizão internacional, liderada pelos EUA, está se retirando da região.
Segundo o funcionário, EUA e Rússia chegaram a um acordo para a retirada das forças da coalizão. Alguns veículos de imprensa americanos, como o jornal The Washington Post, informaram sobre a presença de tropas russas no norte da Síria.
O funcionário do Departamento de Estado confirmou essa informação, mas afirmou que a presença russa é pequena, de menos de 100 soldados. "Não é preciso mais do que uns poucos russos e uma grande bandeira russa para chamar a atenção", comentou a fonte.
A ofensiva turca, que começou no último dia 9 de outubro, tem como alvo as milícias curdo-sírias Unidades de Proteção do Povo (YPG), que estão entre os principais integrantes das FSD e eram aliadas dos EUA na luta contra o grupo extremista Estado Islâmico (EI), embora a Turquia as considere terroristas.
JPS/efe
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