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Ex-presidente sul-africano apelará da recusa da justiça a retirar acusações

15/10/2019 09h36

Pietermaritzburg, África do Sul, 15 Out 2019 (AFP) - O ex-presidente sul-africano Jacob Zuma, com julgamento por corrupção previsto para esta terça-feira, apelará contra a recusa da justiça a retirar as acusações contra ele por contrato de armas assinado há 20 anos.

"O ex-presidente Zuma deseja exercer todos os seus direitos constitucionais, incluindo o direito de apelação", declarou seu advogado Thabani Masuku no Tribunal Superior de Pietermaritzburgo, onde deveria começar o julgamento.

A juíza Sharmaine Balton adiou a audiência. O pedido de apelação de Jacob Zuma será examinado em novembro, de acordo com a Promotoria, que anunciou sua oposição à medida, por considerar que "não tem possibilidade de êxito".

Jacob Zuma, que permaneceu no poder de 2009 a 2018, é suspeito de ter recebido quatro milhões de rands (265.000 dólares) de subornos por parte do grupo de defesa francês Thales, em troca de um contrato de armamento de 4,4 bilhões de dólares) assinado em 1999.

O ex-presidente sul-africano e a empresa francesa, que também está sendo processada, sempre negaram as acusações.

No início do ano, Zuma pediu a retirada das acusações de corrupção, lavagem de dinheiro e extorsão neste caso e se considerou vítima de uma "caça às bruxas".

O Tribunal Superior de Pietermaritzburgo, que tomou a decisão por unanimidade na sexta-feira passada, deu razão à Promotoria, que alegou que os argumentos da defesa de Zuma eram "escandalosos".

Este caso já sofreu diversas guinadas. As acusações contra Jacob Zuma foram suspensas e retomadas em várias ocasiões, em função dos recursos e das controversas decisões do procurador-geral.

Se o julgamento acontecer, este seria o primeiro processo por corrupção contra Jacob Zuma, envolvido em uma série de escândalos que provocaram sua queda em fevereiro de 2018. Abandonado por seu partido, o Congresso Nacional Africano (ANC) do falecido Nelson Mandela, se viu obrigado a renunciar à presidência.

Zuma foi substituído pelo novo líder do ANC, Cyril Ramaphosa, que prometeu limpar o partido e o país da corrupção.

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