Turquia acusa curdos de libertar presos ligados ao Estado Islâmico

Istambul, 14 Out 2019 (AFP) - A Turquia acusou nesta segunda-feira as forças curdas sírias de esvaziarem uma prisão com detidos ligados ao grupo jihadista Estado Islâmico (EI) e descreveu como "manobra de desinformação" suas declarações sobre uma fuga em massa de parentes de jihadistas.

Na semana passada, a Turquia lançou uma ofensiva no nordeste da Síria contra a milícia curda das Unidades de Proteção do Povo (YPG), consideradas "terroristas por Ancara", mas que os ocidentais apoiam por seu papel na luta contra os jihadistas do grupo EI.

"Na área que controlamos, existe apenas uma prisão no Daesh (sigla árabe para o EI). Quando fomos, descobrimos que havia sido esvaziada", disse o ministro da Defesa turco, Hulusi Akar.

"Temos fotografias e vídeos", acrescentou, mas sem especificar a prisão de que estava falando.

No domingo, as autoridades curdas alegaram que cerca de 800 parentes de membros do EI haviam fugido do campo de Ain Isa, aproveitando o caos criado pela ofensiva de segurança turca.

Segundo a administração curda, "785 [parentes] de membros estrangeiros do EI escaparam do campo de Ain Isa".

"Eles atacaram os guardas e abriram as portas", afirma um comunicado.

Declarações que o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, chamou de "desinformação" por parte dos curdos.

"Eles dizem incessantemente que os prisioneiros do Daesh escaparam [...]. Eles tentam provocar os Estados Unidos e o resto do Ocidente", disse Erdogan.

Da mesma forma, Donald Trump pareceu apoiar essa hipótese em um tuíte publicado na manhã desta segunda-feira:

"Os curdos poderiam estar liberando alguns para nos envolver".

Por outro lado, parentes de jihadistas franceses que fugiram do campo de Ain Isa disseram à AFP no domingo que os guardas os deixaram sair.

"Os guardas curdos abriram as portas para as mulheres estrangeiras [do grupo EI] e pediram que deixassem o campo", declarou uma mulher de 24 anos, detida há um ano e meio. em Ain Isa.

bur-gkg/ezz/jvb/mb/cn