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Conservador vence 2º turno e será presidente da Tunísia, diz boca de urna

13/10/2019 17h08

Túnis, 13 out (EFE).- O jurista ultraconservador Kaïes Said venceu o segundo turno das eleições presidenciais na Tunísia, a segunda realizada no país desde a queda da ditadura de Zine El Abidine Ben Ali.

Segundo pesquisa de boca de urna divulgada pela emissora "MosäiqueFM", o candidato independente teria obtido 72,53% dos votos, uma vantagem arrasadora para seu rival, o magnata populista Nabil Karoui, dono do principal canal de TV do país, que teria ficado com 27,47%.

A vitória, se confirmada, teria ainda mais peso pelo crescimento considerável da participação no pleito, que, de acordo com a Instância Superior Independente Eleitoral, teria superado 60%, uma alta de 16 pontos percentuais na comparação com o primeiro turno.

Em mensagem publicada nas redes sociais pouco depois da divulgação das primeiras pesquisas de boca de urna, o jurista agradeceu ao apoio da população e prometeu que a confiança depositada pelos tunisianos na sua candidatura não será desperdiçada.

As pesquisas já indicavam a vitória de Said, que surpreendeu ao vencer o primeiro turno com 18,7% dos votos. Nas últimas semanas, ele recebeu o apoio de vários dos candidatos derrotados. Em particular, o respaldo mais relevante foi de Abdel Fattah Mourou, líder do partido conservador islamita Ennahda.

O primeiro-ministro da Tunísia, Yousef Chahed, também declarou apoio a Said. Na sexta-feira, ele afirmou que votaria "contra a corrupção", em uma clara alusão a Karoui, que passou quase toda a campanha eleitoral em prisão preventiva, acusado de evasão de capitais e lavagem de dinheiro.

O bilionário, proprietário da emissora "Nessma TV", a de maior audiência na Tunísia, saiu da prisão na última quarta-feira, pouco depois de ameaçar impugnar o pleito por "desigualdade de oportunidades". Ainda deu tempo para que os dois candidatos se enfrentassem em um pioneiro e histórico debate televisivo.

Caso seja confirmada a vitória do país, a presidência, o parlamento e a maioria dos governos regionais ficarão nas mãos da corrente conservadora religiosa tunisiana.

Há oito anos, a Tunísia ganhou todas as atenções do mundo ao promover uma revolução contra a ditadura de Ben Ali e dar início à chamada Primavera Árabe, que, apesar da expectativa, não prosperou em outros países da região. EFE

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