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Manifestantes invadem e incendeiam sede da Controladoria-Geral do Equador

12/10/2019 17h34

Quito, 12 out (EFE).- Um grupo de manifestantes invadiu e incendiou neste sábado a sede da Controladoria-Geral do Estado do Equador em Quito, deixando um rastro de vandalismo na sede do órgão.

Imagens divulgadas pelas redes sociais mostram os primeiros andares do edifício em chamas. A sede da Controladoria-Geral fica perto da Assembleia Nacional, o parlamento do país, já invadido duas vezes por manifestantes desde o início dos protestos.

Antes do incêndio começar, a ministra de Governo do Equador, María Paula Romo, afirmou que a Polícia Nacional havia prendido mais de 30 pessoas que invadiram o prédio. Os agentes revistavam o restante do local para buscar outros suspeitos.

Romo também divulgou nas redes sociais um vídeo do ataque. "Isso é o que as câmeras de segurança de um dos andares mostravam antes deles as destruírem", escreveu a ministra.

Fontes e testemunhas ouvidas pela Agência Efe disseram que o edifício foi atacado por manifestantes encapuzados, que jogaram cadeiras e documentos pelas janelas dos escritórios do órgão para queimá-los posteriormente.

A ação foi filmada pelos vândalos, que posteriormente publicaram os vídeos nas redes sociais. O ataque começou pouco antes das 12h no horário local (14h em Brasília).

Os confrontos entre manifestantes e a Polícia do Equador continuam no centro histórico de Quito, transformado em campo de batalha desde o início da manhã de hoje. Além disso, várias importantes vias da capital foram bloqueadas, paralisando a cidade.

A maior parte dos enfrentamentos foi registrada nos arredores da Casa de Cultura Equatoriana, local que se tornou uma espécie de quartel general da Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie), que lidera o movimento.

A Efe pôde constatar que mais manifestantes ficaram feridos nos confrontos com a Polícia Nacional no entorno da Casa de Cultura Equatoriana. Desde o início dos atos, segundo a Defensoria do Povo do Equador, cinco pessoas morreram e mais de 850 se feriram. O governo só reconhece quatro mortes nos protestos.

Depois da manhã violenta, a Conaie decidiu aceitar proposta de diálogo feita pelo presidente do país, Lenín Moreno. A organização afirmou que tentará negociar uma revisão ou a revogação do decreto que pôs fim ao subsídio estatal sobre os combustíveis, medida que provocou a onda de protestos contra o governo.

A Controladoria-Geral do Estado do Equador já tinha sido alvo de uma tentativa de invasão na madrugada da última terça-feira. Segundo o diretor interino do órgão, Pablo Celi, os manifestantes cometeram atos de vandalismo para tentar roubar documentos.

Após o ataque, o Ministério Público e o Conselho de Magistratura do Equador anunciaram que suspenderiam suas atividades. A segurança dos edifícios foi reforçada, em especial depois do toque de recolher parcial decretado por Moreno.

A Corte Nacional de Justiça realizaria na próxima terça-feira uma audiência preparatória do julgamento do caso conhecido como "Propinas 2012-2016".

Na audiência, agora adiada, os juízes decidirão se ex-presidente Rafael Correa, o ex-vice-presidente Jorge Glas, já preso, e outras 20 pessoas sentarão no banco dos réus por terem participado de um esquema de desvio de dinheiro público em licitações de obras públicas.EFE

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