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Passagem do tufão Hagibis mata quatro pessoas e cancela competições no Japão

12.out.2019 -- Tufão Hagibis deixou rastro de destruição no Japão  - Deng Min/Xinhua/
12.out.2019 -- Tufão Hagibis deixou rastro de destruição no Japão Imagem: Deng Min/Xinhua/

Tóquio

12/10/2019 21h09

O potente tufão Hagibis tocou o solo no Japão neste sábado (12), especialmente sobre Tóquio, com chuvas "nunca vistas" que provocaram inundações e deslizamentos de terra que deixaram pelo menos quatro mortos, segundo um balanço provisório.

Mais de 90 pessoas ficaram feridas e 15 estavam desaparecidas.

Hagibis havia tocado o solo antes das 19h locais (07h de Brasília) e atingiu a capital japonesa por volta das 21h, acompanhado de ventos de cerca de 200 km/h, segundo a Agência Meteorológica do Japão (JMA).

Por volta das 23h locais (11h de Brasília), a chuva e as rajadas de vento pararam em Tóquio e o tufão se dirigiu para o nordeste.

Na manhã de sábado, o tufão deixou um morto na região de Chiba (periferia leste de Tóquio). Trata-se de um homem, que foi encontrado em uma caminhonete que capotou, segundo os bombeiros.

Na cidade de Kawasaki, perto de Tóquio, um sexagenário foi encontrado afogado em sua casa submerso em 3 metros d'água.

Foram registrados vários deslizamentos de terra, um na região de Gunma (norte de Tóquio), que deixou outra vítima fatal, um homem de cerca de 60 anos.

A quarta vítima, uma mulher, sofreu uma parada "cardiorrespiratória", um termo que costuma ser usado no Japão antes que um médico oficial certifique a morte. Foi arrastada por um deslizamento de terra, quando estava em casa em Samigahara, a sudoeste de Tóquio, segundo a imprensa local.

Quinze pessoas estavam desaparecidas. Três delas estavam em um veículo arrastado pela enxurrada depois da queda de uma ponte na região de Nagano (centro), confirmou à AFP uma autoridade local.

Cerca de 7,3 milhões de japoneses receberam neste sábado ordem de evacuação após ser ativado o alerta máximo de chuvas em várias regiões, uma precaução adotada em caso de risco de catástrofes.

Dezenas de milhares de pessoas seguiram a recomendação e foram para abrigos (ginásios, salões multiúso) abastecidas com rações de emergência, água e cobertores.

- "Estrondo infernal" -"Fui embora porque o outro tufão arrancou o telhado da minha casa, e agora chove lá dentro. Estou muito preocupado", disse à televisão local um senhor de 93 anos, instalado em um abrigo em Chiba.

Além da chuva, à tarde, um sismo de magnitude 5,7 sacudiu a região, mas não provocou tsunami.

"Tenho 77 anos e nunca vivi isto. No andar de cima ouve-se um estrondo infernal de chuva e vento, que levantou um pedaço do telhado. A casa tremeu durante uma hora", declarou à AFP Hidetsugu Nishimura, trancado em sua casa em Yohohoma (oeste de Tóquio).

A JMA alertou para o risco de deslizamentos, ondas gigantes e inundações.

Vários rios transbordaram, como o Tama, a oeste de Tóquio, que passa por áreas densamente povoadas.

As autoridades liberaram parcialmente a água em várias represas que ameaçavam transbordar, o que aumentou o medo de inundações.

Vários alertas por transbordamentos de água foram ativados na usina nuclear Fukushima-Daiichi (nordeste), devastada por um tsunami em março de 2011, mas o operador Tokyo Electric Power não apontou nenhuma anomalia grave até o momento.

Cerca de meio milhão de lares ficaram sem energia elétrica no sábado na região de Tóquio, várias fábricas fecharam e muitos supermercados e lojas de alimentos da capital tampouco abriram no sábado.

- Rúgbi e F1 afetados -O tufão também provocou o cancelamento de dois jogos do Mundial de Rúgbi previstos para o sábado (França x Inglaterra e Nova Zelândia x Itália) e de uma partida prevista para o domingo (Namíbia x Canadá), e adiou para a manhã de domingo os treinos classificatórios para o Grande Prêmio de Fórmula 1 no circuito de Suzuka.

O Hagibis também pode comprometer a partida decisiva prevista para o domingo entre Escócia e Japão. Os organizadores vão tomar uma decisão a respeito na manhã de domingo, após avaliar os danos nos estádios e na rede de transporte.

- Meio metro de chuvaA JMA emitiu alerta máximo para chuvas em alguns bairros de Tóquio. Ao meio-dia, já havia determinações de evacuação voluntária para 3,25 milhões de pessoas, com atenção especial para idosos, pessoas com problemas de saúde e crianças, segundo a NHK.

Mais de 13.500 pessoas buscaram os abrigos oferecidos pelo governo. A maioria delas teve suas casas parcialmente danificadas pelo tufão Faxai, que atravessou o Japão há um mês.

O tufão deixou paralisado o transporte na grande Tóquio em um fim de semana prolongado que se estende até o feriado na segunda-feira, com redes aéreas, ferroviárias e linhas de metrô suspensos neste sábado.

O Japão é atingido anualmente por cerca de 20 tufões. Antes do Hagibis, Faxai deixou pelo menos dois mortos em setembro e provocou importantes danos em Chiba. Mais de 36.000 casas foram danificadas ou destruídas e muitos lares ficaram sem luz durante semanas.

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