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Polícia do Equador retira à força indígenas que ocuparam parte do Parlamento

11/10/2019 20h54

Quito, 11 out (EFE).- A polícia do Equador retirou nesta sexta-feira à força um grupo de indígenas que havia ocupado pacificamente a entrada da Assembleia Nacional, o parlamento do país, durante o nono dia de protestos contra polêmicas medidas econômicas do governo do presidente Lenín Moreno.

As forças de segurança lançaram um grande número de bombas de gás lacrimogêneo contra os manifestantes que estavam em uma parte da escada principal do edifício, sem fazer distinção entre as pessoas que se reuniam no local.

A Agência Efe constatou a presença de voluntários da Universidade Central do Equador e de crianças no momento em que policiais avançaram na direção dos manifestantes, acabando com a "tomada simbólica" da Assembleia Nacional por parte dos indígenas.

A ação ocorreu após a ocupação pacífica de um pequeno recinto da entrada principal da sede do Legislativo. O local só foi tomado depois de um acordo entre as lideranças do movimento indígena e os órgãos de segurança do Equador.

"É uma vitória, creio que inesquecível, que deixaremos semeada para as futuras gerações", afirmou em entrevista à Efe o presidente da Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie), Jaime Vargas, antes do avanço da Polícia Nacional.

Antes, os indígenas tinham cercado o edifício, que fica no centro de Quito, e se reunido em uma área próxima, onde pela manhã foram registrados vários confrontos com os agentes.

O objetivo declarado da Conaie era ocupar a Assembleia Nacional, como já tinha ocorrido parcialmente na terça-feira em um protesto que contou com apoio de sindicatos e outras organizações da sociedade civil equatoriana.

"Hoje fomos reprimidos com mais força por este governo que não representa os interesses do povo equatoriano", disse Vargas sobre os incidentes ocorridos pela manhã.

Segundo a Conaie, mais de 100 pessoas ficaram feridas na ação policial. No entanto, o movimento indígena decidiu permanecer nos arredores da Assembleia Nacional para seguir protestando contra o governo de Moreno.

O presidente do Equador propôs um diálogo aos manifestantes hoje, mas a Conaie afirmou que só aceita dialogar se Moreno revogar o polêmico decreto que pôs fim aos subsídios a combustíveis no país, medida que provocou os protestos. EFE

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