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Trump nega ter pressionado Ucrânia e minimiza ameaça de impeachment

23/09/2019 21h42

Nações Unidas, Estados Unidos, 24 Set 2019 (AFP) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, negou nesta segunda-feira ter pressionado o líder da Ucrânia para investigar seu possível adversário eleitoral em 2020, Joe Biden, numa tentativa de afastar a ameaça de um processo de impeachment, exigido pelo Partido Democrata.

Perguntado se ele estava levando a ameaça de alguns democratas a sério, Trump respondeu: "Não é nada sério".

"Não pressionei a Ucrânia", disse Trump à margem da Assembleia Geral da ONU em Nova York.

O presidente passou à ofensiva atacando o ex-vice-presidente de Barack Obama e favorito para vencer as primárias do Partido Democrata: "Joe Biden e seu filho são corruptos".

"Se um republicano dissesse o que Joe Biden disse, ele iria para a cadeira elétrica imediatamente", continuou Trump.

Meios de comunicação americanos revelaram que um informante de inteligência fez uma queixa sobre a tentativa do presidente de pressionar seu colega ucraniano, Volodimir Zelenski, em um telefonema.

Trump confirmou ter discutido questões de corrupção envolvendo a família Biden durante a ligação, mas nega ter exercido qualquer pressão sobre Zelenski. Joe Biden e seu filho Hunter trabalharam para um grupo de gás ucraniano a partir de 2014.

A oposição suspeita que Trump tenha aproveitado sua posição de poder para pressionar Zelensky a investigar Biden, incluindo o uso de ajuda militar como forma de pressão.

"Tivemos um telefonema perfeito", disse aos jornalistas quando chegou às Nações Unidas em Nova York. "Não disse 'deve fazer isso ou não te ajudarei'", acrescentou.

- Abuso de poder -Trump também disse que sua conversa com Zelensky tinha sido "muito honesta" e afirmou que "espera" que possa ser publicada a transcrição.

"Então, publique a transcrição da ligação", desafiou Biden no Twitter, que denunciou um "grande abuso de poder".

Trump passou grande parte de seu primeiro mandato como presidente lutando contra acusações de que ele se beneficiou da interferência russa durante sua vitória em 2016 sobre sua rival democrata Hillary Clinton.

À medida que as eleições de 2020 se aproximam, aumentam as preocupações com novas tentativas estrangeiras de influenciar o cenário político dos Estados Unidos. Nesse contexto, a denúncia do informante agitou Washington novamente.

Segundo a imprensa, Trump teria tentado pressionar Zelensky a investigar Biden, retendo temporariamente a ajuda militar dos EUA à Ucrânia.

Um número crescente de democratas acredita que se deve abrir um processo político contra Trump, mas eles enfrentam uma possível resistência dos republicanos, que controlam o Senado.

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