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Trump faz mistério sobre reunião entre EUA e Irã

23/09/2019 22h18

Nações Unidas, Estados Unidos, 24 Set 2019 (AFP) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou nesta segunda-feira que não tem agendada "no momento" qualquer reunião em Nova York com o líder iraniano, Hassan Rohani, mas "não descarta" a possibilidade, mantendo assim a expectativa em torno de um histórico aperto de mãos.

Todos os olhos estão voltados para Trump e Rohani, que devem participar nesta terça-feira da 74ª Assembleia Geral da ONU.

O presidente francês, Emmanuel Macron, manobrou nesta segunda-feira para promover o encontro entre o inquilino da Casa Branca e o presidente da república islâmica em Nova York.

"Farei o possível para que haja condições para as discussões e para que não haja uma escalada, visando uma solução útil e sustentável para a segurança na região", disse Macron.

O presidente francês destacou ainda uma "abertura sob condições" por parte do ministro iraniano das Relações Exteriores, Mohamad Javad Zarif.

Este último disse aos jornalistas nesta segunda-feira que Teerã, ao pedir a Washington um relaxamento das sanções para iniciar o diálogo, não fecha "as portas às portas às conversações" com os Estados Unidos.

Após a cúpula do G7 em Biarritz, França, no final de agosto, Trump sonha com um encontro com Rohani, a cerca de um ano das eleições presidenciais nos Estados Unidos.

Mas os ataques de 14 de setembro contra instalações petroleiras sauditas, reivindicados por rebeldes iemenitas apoiados por Teerã mas atribuídos ao Irã por Washington, provocaram uma tensão renovada e temores de uma escalada militar na região.

"Temos que ser lúcidos, podemos ver que as coisas estão ficando tensas", declarou Macron no domingo.

Após seus primeiros esforços para concretizar um encontro entre Trump e Rohani, o líder francês se reuniu nesta segunda-feira com seus pares de Alemanha e Reino Unido.

Macron, Angela Merkel e Boris Johnson responsabilizaram o Irã pelos ataques contra uma instalação petrolífera na Arábia Saudita, e exigiram que Teerã evite qualquer nova provocação.

"Está claro para nós que o Irã é responsável por este ataque. Não há outra explicação", declararam em um comunicado conjunto ao final de uma reunião tripartite, celebrada à margem da Assembleia Geral da ONU, em Nova York.

Os três países - que se mantêm no acordo internacional sobre a energia nuclear iraniana do qual Trump retirou os Estados Unidos em 2018 - disseram que a solução é a diplomacia.

"Convocamos o Irã a se comprometer (...) com o diálogo e se abster de qualquer nova provocação e escalada".

"Os ataques também ressaltam a necessidade de uma desescalada na região, de esforços diplomáticos concretos e de um compromisso de todas as partes", reforçaram.

O emissário americano para o Irã, Brian Hook, disse nesta segunda-feira que Trump está pronto para uma cúpula com Rohani.

"Há dois anos que o presidente diz que está pronto para se reunir com Rohani. É o Irã que ainda não aceitou nossa oferta".

Já Zarif afirma que Teerã jamais recebeu um pedido formal dos Estados Unidos.

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