Topo
Notícias

Países signatários do Tiar decidem sancionar integrantes do governo de Maduro

23/09/2019 21h26

Nova York, 23 set (EFE).- Os países signatários do Tratado Interamericano de Assistência Recíproca (Tiar) decidiram nesta segunda-feira identificar e sancionar representantes do governo da Venezuela vinculados a atividades ilícitas, corrupção ou violações dos direitos humanos.

A decisão está em uma resolução aprovada com o apoio de 16 dos 19 países signatários do tratado. Segundo o chanceler da Colômbia, Carlos Holmes Trujillo, que comandou o encontro, o grupo irá se reunir outra vez daqui dois meses para avaliar a eficácia das medidas.

No texto, os países se comprometem a identificar pessoas e entidades associadas ao governo de Nicolás Maduro que estejam ligadas a atividades ilícitas, como lavagem de dinheiro, tráfico de drogas ou associação com o terrorismo, corrupção ou a violações dos direitos humanos para investigá-las e sancioná-las. Uma das possíveis sanções é o congelamento dos ativos que elas possam ter nos signatários do acordo.

Julio Borges, comissário para Relações Exteriores do líder da oposição venezuelana, Juan Guaidó, disse que o trabalho de identificação das pessoas já está avançado e que as sanções acabarão com a impunidade que muitos deles desfrutam.

As medidas anunciadas hoje são as primeiras ações tomadas contra a Venezuela por meio do Tiar, que foi ativado no último dia 11 de setembro em votação na Organização de Estados Americanos (OEA).

Para ser aprovado, o texto precisava do apoio de pelo menos 13 dos 19 signatários do tratado. Hoje, apenas o Uruguai votou contra. Trinidad Tobago se absteve, e Cuba não participou da reunião. O Brasil, que já havia defendido a ativação do Tiar, foi favorável à resolução.

O texto não faz nenhuma menção a uma possível intervenção armada na Venezuela, uma hipótese prevista no Tiar. Perguntado sobre o tema, Borges disse que a opção não foi discutida na reunião e destacou que os países buscam um adotar um "processo gradual" contra o governo chavista. EFE

Notícias