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66 países fecham acordo para zerar emissões de CO2 até 2050

23/09/2019 13h33

ROMA, 23 SET (ANSA) - Um grupo de 66 países, 10 regiões, 102 cidades, 93 empresas e 12 investidores fecharam um acordo nesta segunda-feira (23), durante a cúpula das Nações Unidas (ONU) sobre o clima, em Nova York, para zerar suas emissões de gases poluentes até 2050.   

A meta foi divulgada pelo gabinete do secretário-geral da ONU, António Guterres, e está em linha com uma das principais reivindicações dos jovens que se manifestaram no mundo todo na última sexta-feira (20) para pedir ações mais eficazes contra as mudanças climáticas.   

"A emergência climática é uma corrida que estamos perdendo, mas é uma corrida que podemos vencer", diz um comunicado das Nações Unidas. O objetivo divulgado nesta segunda mira zerar as emissões de dióxido de carbono (CO2), principal causador do efeito estufa, junto com o metano, nos próximos 31 anos.   

No fim da semana passada, os líderes de 32 países, incluindo Alemanha, Coreia do Sul, Espanha, França, Itália, Moçambique e Portugal, já haviam divulgado uma declaração conjunta cobrando um compromisso para neutralizar as emissões de poluentes até 2050.   

A ONU estima que o mundo precise manter o aquecimento global neste século no máximo em 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais para evitar uma catástrofe climática. Essa é uma das metas do Acordo de Paris, assinado em 2015, mas hoje está longe de se tornar realidade.   

O tratado foi firmado por mais de 190 países, incluindo o Brasil, mas o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, já anunciou sua retirada do acordo. A Rússia, por sua vez, assinou nesta segunda a adesão definitiva do país ao pacto climático.   

Atualmente, apenas cerca de 20 nações incluíram a neutralidade de emissões até 2050 em suas legislações ou programas de governo, mas a União Europeia pretende chegar a um consenso entre seus membros até o ano que vem.   

Cúpula - A cúpula climática da ONU antecede a sessão de debates na Assembleia Geral, que começará nesta terça (24), com o presidente Jair Bolsonaro. O discurso brasileiro na reunião sobre o clima foi vetado por não incluir metas para conter o aquecimento global.   

Já o mandatário dos EUA, Donald Trump, não participaria do encontro, mas apareceu de surpresa durante o discurso do primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, e permaneceu durante 15 minutos, porém não se pronunciou.   

A cúpula também teve uma mensagem em vídeo do papa Francisco, que afirmou que os compromissos dos países com o Acordo de Paris ainda estão "muito longe de alcançar os objetivos fixados". "É necessário se perguntar se existe uma real vontade política de destinar mais recursos humanos, financeiros e tecnológicos para mitigar os efeitos negativos das mudanças climáticas e ajudar as populações mais pobres e vulneráveis", disse.   

Já a ativista sueca Greta Thunberg, que lidera a greve mundial de estudantes em prol do clima, acusou os governos de "roubarem os sonhos e a infância" das novas gerações. "Vocês estão nos decepcionando, mas os jovens começaram a entender sua traição, os olhos de todas as gerações futuras estão em vocês, e se vocês escolherem fracassar, jamais os perdoaremos", salientou. (ANSA)
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