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Em trecho de entrevista, Bachelet diz sentir "pena pelo Brasil" por Bolsonaro

22/09/2019 14h33

Santiago do Chile, 22 set (EFE).- A ex-presidente do Chile Michelle Bachelet disse, em trecho de entrevista veiculado neste domingo, lamentar que o Brasil tenha um líder como Jair Bolsonaro, que elogiou publicamente o ex-ditador Augusto Pinochet e celebrou a morte do pai da alta comissária para os Direitos Humanos da ONU.

"Se existe uma pessoa que diz que em seu país nunca houve ditadura, que não houve tortura, que diz que a morte de meu pai após torturas permitiu que (o Chile) não fosse outra Cuba, bem, a verdade é que me dá pena pelo Brasil", disse Bachelet à emissora chilena "TVN".

No início de setembro, a ex-presidente chilena fez balanço da gestão como alta comissária para os Direitos Humanos da ONU, cargo que ocupa há um ano, e denunciou a redução dos espaços democráticos e um marcante aumento da violência policial no Brasil, o que provocou resposta de Bolsonaro.

"Se não fosse pelo pessoal do Pinochet, que derrotou a esquerda em 1973, entre eles seu pai, hoje o Chile seria uma Cuba", disse o presidente do Brasil, se referindo ao general de brigada da Força Aérea Alberto Bachelet Martínez, que foi preso e torturado.

A entrevista completa de Bachelet à "TVN" será apresentada neste domingo. O jornal "La Tercera" antecipou em alguns trechos, como o que a ex-presidente fala da situação da Venezuela, apontando que muitos acreditavam que a visita que ela fez ao país resultaria em um "milagre" para acabar com a crise humanitária.

"Sou alta comissária e quero manter a minha relação com o governo venezuelano, para continuar trabalhando e para ajudar a resolver a situação crítica de direitos humanos. Ainda há muita gente que está lá, que não saiu e que não o está vivendo bem", lamentou. EFE

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